Cidades

Grileiros lucraram R$ 4 mi

Operação da Polícia Civil prendeu quatro envolvidos na venda de lotes ilegais em condomínio na região da Ponte Alta, no Gama. Vinte compradores foram indiciados pelo crime de parcelamento irregular do solo

Correio Braziliense
postado em 04/03/2020 04:07
Muro construído para cercar o terreno já havia sido derrubado pela DF Legal no ano passado


Condomínio localizado na região da Ponte Alta, no Gama, é alvo de investigação da Polícia Civil do Distrito Federal. Terreno incorporado ao patrimônio da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) era vendido por grileiros, que chegaram a lucrar aproximadamente R$ 4 milhões, segundo estimativa dos investigadores. Em operação ontem, a Delegacia Especial de Combate à Ocupação Irregular do Solo e aos Crimes Contra a Ordem Urbanística e o Meio Ambiente (Dema) cumpriu quatro mandados de prisão temporária e sete de busca e apreensão. Um corretor de imóveis foi preso e cerca de 20 compradores indiciados pelo crime de parcelamento irregular do solo.

Segundo a delegada à frente da operação, Mariana Almeida, quem compra também está contribuindo para o ato ilegal. “Neste caso, ainda foi além. Os compradores criaram uma associação de moradores para a implementação de infraestrutura. Eles chegaram a colocar um muro delimitando a área, que foi derrubado no ano passado, pela DF Legal”, destaca. De acordo com  a delegada, mesmo com a multa imposta de R$ 1 milhão e a estrutura derrubada, o grupo deu continuidade às construções, como o calçamento de rua e a colocação de uma caixa d’água.

As vendas começaram no início de 2019 e, desde então, cerca de 40 lotes foram comercializados, ao valor de R$ 100 mil cada. Parte dos valores era recebido por meio de automóveis e quantias depositadas em contas-correntes de empresas inativas, o que configura em lavagem de dinheiro, conforme ressalta a delegada. As investigações apontam que o grupo fabricava cessões de direito falsas, em nome de laranjas, em cartórios de cidades do Entorno, para repassar aos compradores.

Prisões

Os investigados responsáveis pela venda vão responder pelos crimes de organização criminosa, parcelamento irregular do solo para fins urbanos, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro. Um dos corretores de imóveis mais conhecidos da Ponte Alta do Gama foi preso durante a operação. Ele já havia sido indiciado pelo crime no ano passado, mas a Polícia Civil acredita que dessa vez ele fique preso, pelo peso de todas as acusações.


R$ 100 mil
Valor médio de cada lote vendido


Desobstrução em assentamento

Também ontem, operação coordenada pela Secretaria DF Legal teve como objetivo desobstruir área irregular localizada no Assentamento Aguilhada, na região do Pinheiral, em São Sebastião. No terreno, incorporado ao patrimônio da Terracap, foram constatadas 28 edificações em alvenaria e madeira. No ano passado, a mesma área foi alvo de outra operação contra a grilagem de terra. Na ocasião, sete pessoas foram presas.
 
 

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