Cidades

Correio integra debate no MPDFT sobre o combate à violência contra a mulher

Encontro ocorreu na manhã desta quinta-feira (5/3), em alusão ao Dia Internacional da Mulher. O Correio Braziliense foi representado pela jornalista e editora de Política local, Ana Maria Campos

Correio Braziliense
postado em 05/03/2020 16:15

A ação foi realizada pelo MPDFTCom a urgência do debate sobre o combate à violência contra a mulher e com a simbologia do Dia Internacional da Mulher, no dia 8 de março, representantes da mídia, da Justiça e do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) se reuniram na manhã desta quinta-feira (5/3) para debater o papel da imprensa na cobertura do tema.

 

Professoras e pesquisadoras da Universidade de Brasília (UnB) e estudantes também participaram do debate. No evento, foram discutidos temas como as consequências da divulgação dos crimes na redução ou no aumento das estatísticas. 

 
Editora de Política do Correio, a jornalista Ana Maria Campos destacou a importância da cobertura jornalística para o conhecimento da população a respeito dos crimes e, consequentemente, para que as brutalidades cometidas por questão de gênero sejam evitadas. “Com tantas redes sociais e em tempos de comunicação rápida, o trabalho da imprensa séria é muito importante. Não dá para fechar os olhos para a questão do feminicídio. Tratar com seriedade e ética é uma forma de mostrar para a sociedade que o tema é importante”, disse.

Professora e pesquisadora do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB) Lourdes Maria Bandeira chamou atenção para a necessidade da desconstrução dos estereótipos em relação às vítimas, por parte dos profissionais que investigam, punem e comunicam os crimes.

De acordo com a professora, a culpabilização das vítimas e o entendimento de que a mulher deve submeter-se a determinados parâmetros culturais para evitar agressões contribui para o aumento nos números de casos de violência.

Ainda segundo Lourdes Bandeira, o papel da imprensa, na cobertura do tema e na repercussão das condenações dos autores, é fundamental para a conscientização das pessoas e na mudança de panorama da violência praticada contra a mulher. “Se a divulgação da pena é feita, é um incentivo para que mulheres denunciem os crimes”, pontuou.

Casos 

A quantidade de feminicídio cresce no Distrito Federal. Dados da Secretaria de Segurança Pública (SPP) mostram que ocorreram 28 casos em 2018. Em comparação com o ano passado, quando houve 33 registros, o crescimento de crimes desta natureza foi de 17%. 

Além disso, o total de ocorrências em 2019 é o maior desde 2015, quando esse tipo de assassinato passou a ser considerado um qualificador para o homicídio. Apesar do DF não ter registrado nenhum crime de feminicídio em fevereiro, a quantidade de casos deste ano já ultrapassa o número de ocorrências registradas no mesmo período do ano passado. Até 3 de março de 2019, três mulheres morreram por questões de gênero no DF, 66,6% a menos do que neste ano. 

Onde pedir ajuda? 

Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência —  
Secretaria de Políticas para as  Mulheres da Presidência da República 
Telefone: 180 (disque-denúncia) 

Centro de Atendimento à Mulher (Ceam) 
De segunda a sexta-feira, das 8h às 18h 
Locais: 102 Sul (Estação do Metrô), Ceilândia, Planaltina 

Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) 
Entrequadra 204/205 Sul - Asa Sul 
(61) 3207-6172 

Disque 100 — Ministério dos Direitos Humanos 
Telefone: 100 

Programa de Prevenção à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar 
Telefones: (61) 3910-1349 / (61) 3910-1350 

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