Correio Braziliense
postado em 06/03/2020 06:00
Ponto turístico e coração das instituições nacionais, a Praça dos Três Poderes apresenta sinais de envelhecimento e abandono. Um levantamento feito pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) apontou 21 falhas em um dos principais pontos turístico da cidade. Entre os problemas identificados, a má conservação do calçamento, com as pedras portuguesas quebradas, além de manchas e fissuras nos monumentos. No intuito de chamar a atenção das autoridades para a importância da manutenção do patrimônio cultural, a autarquia lançou nesta quinta-feira (5/3) a campanha ‘Preservando Brasília para os 60’.
Durante cerimônia, na Casa de Chá da Praça dos Três Poderes, foi firmado um compromisso entre o Governo do Distrito Federal (GDF) e o Supremo Tribunal Federal (STF) para a realização de reparos e ações preventivas no espaço tombado. Na ocasião, o vice-governador, Paco Britto, e o presidente do STF, Dias Toffoli, receberam o relatório apontando as principais avarias. De acordo com o GDF, os trabalhos de revitalização iniciam nesta sexta-feira (6/3) com a limpeza das marquises, reposição das pedras portuguesas e roçagem de grama.
A colaboração do Supremo com o espaço público começou no ano passado, quando foi assinado um termo de cooperação transferindo parte da administração da Praça dos Três Poderes para a Corte. Paco Britto vê a parceria como algo positivo, que irá resultar em bons frutos para a cidade. “É de extrema importância preservar esse tombamento. Uma praça que representa Brasília, que representa o sentimento de liberdade, de democracia do Distrito Federal", ressalta.
O evento contou também com a presença do secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, e da secretária de Turismo, Vanessa Mendonça, que enfatizaram a relevância para o cuidado dos bens materiais da cidade. “Nós temos vários equipamentos de Brasília que precisam ter uma atenção especial. É importante dizer uma coisa, nosso patrimônio está há muito tempo abandonado. Não é um fenômeno de hoje. Se nós não tivermos cuidado, o patrimônio de Brasília vai ruir”, afirma Bartolomeu. Segundo ele, é importante valorizar a herança das pessoas que construíram a capital. “Sempre se fala em Juscelino Kubitschek, Oscar Niemeyer, Lucio Costa, mas e os milhares dos trabalhadores fizeram esta cidade? A gente tem que honrar esse legado”, pontua.
Para o secretário, além dos trabalhos assumidos pelo órgãos de Estado, é relevante a população também se conscientizar e ajudar na preservação. “Vivemos em uma cidade tombada. Todos nós temos responsabilidade com isso. Essa é a maior praça cívica do Brasil, então ela tem que brilhar com a participação de todos”, salienta. A previsão para a entrega do espaço totalmente revitalizado é de até 21 de abril, data em que se comemora os 60 anos de Brasília.
A secretária de Turismo, Vanessa Mendonça, acredita que todo o trabalho será muito bem visto pelos turistas. De passeio por Brasília, Ulisses Cardoso, 35 anos, e Paul Waller, 29, se encantaram com a beleza arquitetônica do centro da capital. Os dois, que moram na Inglaterra, desembarcaram na cidade apenas para visitar o centro do poder do país. “Viemos para conhecer o Planalto e ver a arquitetura de Brasília, que é supermoderna e bem futurista para a época”, relata Ulisses. Para Paul, o espaço é bem diferente do resto do Brasil.
Outras intervenções
Ao longo dos próximos meses, o Iphan irá visitar outros pontos da cidade para avaliação da conservação e preservação do patrimônio; o próximo será o Palácio da Justiça. A Igreja Nossa Senhora de Fátima (primeiro templo em alvenaria erguido na capital), a Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, o Palácio do Itamaraty, a Torre de TV e o Catetinho também serão vistoriados. A iniciativa faz parte dos preparativos para o aniversário de Brasília.
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