Cidades

Mamonas Assassinas: A estrela

Correio Braziliense
postado em 12/03/2020 06:01

Dinho no último dos Mamonas Assassinas, no Estádio Mané Garrincha Esta matéria foi publicada originalmente na edição de 4 de março de 1996 do Correio. Sua republicação faz parte do projeto Brasília Sexagenária, que até 21 de abril de 2020 trará, diariamente, reportagens e fotos marcantes da história da capital. Acompanhe a série no site especial e no nosso Instagram.

 

Guarulhos (SP) - “Já estou com saudade de você”. Essa foi a última frase de Dinho, o líder dos Mamonas Assassinas, ao deixar Brasília no final da noite de sábado. 

 

O ato de carinho foi manifestado ao amigo e produtor artístico do grupo, André Oliveira Brito (Ralado). Ele disse ao Correio Braziliense, em frente à casa do cantor, que Dinho estava muito feliz, animado com o início da arrancada dos Mamonas no exterior (Portugal) e com o próximo CD, programado para junho. 

 

Ralado não embarcou com os amigos em Brasília porque não seguiria ontem com o grupo para Lisboa. Seu passaporte só ficaria pronto nos próximos dias. 

 

O produtor não conseguia esconder a emoção nem atrás de óculos escuros, um boné irreverente, bermuda e camisa estampada. “Ele (Dinho) estava alegre como sempre, em Brasília”, disse com a voz embargada. 

 

Ralado contou que cinco músicas já estavam prontas para o próximo CD e vinham sendo ensaiadas. Duas delas brincavam com os gaúchos e com gagos e fanhos. “Dinho só queria trazer alegria para esse povo”.

 

Em frente à casa do cantor, muitas crianças choravam. Um menino de seis anos perguntava, sem entender nada: “Por que os Mamonas Assassinas tiveram que ir embora?” Vanessa, 13 anos, amiga de Dinho promete que ela e mais três mil integrantes de um fã-clube do grupo vão passar a madrugada de hoje no velório e comparecer ao enterro. 

 

Notícia -  Dinho ligou sábado às 21h do aeroporto de Brasília para seu pai, Hildebrando Chaves, informando que chegaria ao aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, às 23h10. E confirmou que às 17h de ontem tomaria o avião para Portugal. 

 

A mãe de Dinho, Célia, disse ao pai que queria acompanhá-lo. Pouco depois da meia-noite eles foram informados, no aeroporto, que o avião dos Mamonas tivera que levantar vôo pouco antes de pousar. À 1h30 correu o boato de que um avião caíra perto de Cumbica. E às 2 horas que essa aeronave era a que transportava os Mamonas. 

 

Os pais de Dinho voltaram para casa e foram mantidos ontem à base de tranquilizantes. Ao contrário dos demais parentes do grupo, não tiveram forças para ir ao Instituto Médico Legal (IML), em São Paulo, acompanhar a chegada dos corpos.  

 

 

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