Correio Braziliense
postado em 12/03/2020 06:00
Vistorias, sabatinas, e balanços. Com 74 casos suspeitos e dois confirmados, instituições e órgãos do DF se movimentam para evitar uma epidemia de coronavírus na capital federal. Nesta quarta-feira (11/3), o dia começou com a visita de deputados distritais ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran), seguida de uma coletiva da Secretaria de Saúde e audiência do chefe da pasta na Câmara Legislativa.
Após denúncias sobre a falta de equipamentos e condições indevidas para o isolamento da mulher, primeiro caso confirmado da doença, parlamentares da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e da Comissão de Assuntos Sociais estiveram na unidade de saúde para avaliar o andamento do Plano de Contingenciamento. Na ocasião, os distritais afirmaram que não há motivo para pânico e que a direção do hospital tem seguido o protocolo da maneira correta, mas ressaltaram que certas limitações da saúde pública deixam a desejar.
“A gente sabe que há uma condição precária no sistema de saúde do DF e é uma questão estrutural”, declarou Fábio Félix (PSol), presidente da comissão. Os pacientes que antes ocupavam a UTI do Hran foram transportados para outros hospitais, como de Ceilândia e Taguatinga. “A primeira paciente está lá (Hran), mas não existe uma câmara de isolamento respiratório completo. Isso é grave”, avalia.
Uma funcionária terceirizada, que não quis se identificar, disse à reportagem que materiais de proteção da Covid-19 e outros produtos de higiene básica estariam em falta na unidade. “Não tem sabão, álcool nem papel toalha para enxugar as mãos. Nós, que não somos do atendimento direto a esses pacientes, ficamos com medo, porque não temos informação nem acesso às máscaras”, queixou-se.
Pacientes e servidores também denunciaram à Câmara Legislativa a falta de insumos, mas, de acordo com o secretário da pasta, Osnei Okumoto, o estoque de máscaras, luvas e capotes, comprado pela saúde antes do estado de emergência, é suficiente para atender à demanda do hospital. “Todos estão em estoque, quer seja no Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), quer seja na Secretaria de Saúde. Não há falta”, garantiu.
Monitoramento
Eduardo Hage, infectologista da Secretaria de Saúde, ressaltou que todos que tiveram contato com o casal infectado são monitorados. “Até o momento, não temos casos suspeitos relacionados.” No entanto, a Secretaria de Saúde não identificou os passageiros que estavam no mesmo voo deles e aguarda a lista que deverá ser enviada pela Anvisa. Em nota oficial, a agência alegou que não recebeu o pedido.
Enquanto isso, a pasta passará a fazer os exames de contraprova, feitos quando há um primeiro teste positivo da Covid-19 no DF.
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