Cidades

Dom Sérgio deixa a arquidiocese de Brasília

Correio Braziliense
postado em 12/03/2020 04:09
O religioso seguirá para Salvador, no lugar de dom Murilo Sebastião


O papa Francisco assinou ontem o ato que acolhe a renúncia do arcebispo de Salvador, dom Murilo Sebastião Ramos Krieger. No mesmo documento, o líder da Igreja Católica nomeou o cardeal Sérgio da Rocha para assumir os trabalhos na capital baiana, deixando a Arquidiocese de Brasília.

O motivo da renúncia é que dom Murilo atingiu os 75 anos e, como previsto no Código de Direito Canônico, ao completar a idade, “é solicitado apresentar a renúncia do ofício ao Sumo Pontífice, que, ponderando todas as circunstâncias, tomará providências”. Com isso, o religioso se torna bispo emérito e fica desobrigado das funções de governar a Diocese, mas permanece no exercício por tempo vitalício.

Após nove anos como arcebispo metropolitano de Brasília, o cardeal Sérgio da Rocha deve deixar a capital federal nos próximos três meses. Por enquanto, ele fica como administrador da Diocese e, somente após a posse em Salvador, Brasília terá um novo administrador, até que o papa nomeie outro arcebispo.

Entre as marcas que deixa em Brasília, estão a formação de comunidades missionárias e o fortalecimento de ações sociais. “Insisti muito na igreja missionária. Buscamos construir capelas e comunidades, além de evangelizar os diversos espaços e ambientes do DF”, disse dom Sérgio ao Correio. Durante a trajetória, o cardeal fez visitas a cada paróquia, permanecendo vários dias para entender a realidade social e cultural das regiões. “Nenhuma comunidade pode ficar sem a presença da Igreja, sem a luz da fé. A atuação de leigos e leigas atuantes na sociedade também é um ponto chave para que a Igreja seja levada ao campo social, na política, na cultura, na comunicação”, completou.

Providência ou coincidência, dom Sérgio assume a liderança justamente em Salvador, local onde Santa Dulce dos Pobres, primeira mulher brasileira canonizada, dedicou a vida em doação aos mais vulneráveis. “Ela expressa compaixão por meio do serviço. O serviço como consequência da fé. Eu a admiro muito e a venero”, declarou dom Sérgio.

Entre as atividades de destaque, está a atuação do religioso como presidente da CNBB, de 2015 a 2019. Foi criado cardeal pelo papa Francisco no consistório realizado na Basílica de São Pedro, em 19 de novembro de 2016, recebendo o título da Basílica de Santa Cruz na Via Flamínia, em Roma. É membro do Conselho da Secretaria-Geral do Sínodo dos Bispos (Vaticano) e da Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL) e da Congregação para o Clero (Vaticano).
 
 

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