Correio Braziliense
postado em 13/03/2020 06:00
O decreto que suspendeu as aulas também teve impacto em bares e restaurantes. Pela resolução, os estabelecimentos devem manter, na organização das mesas, a distância mínima de dois metros entre elas. No primeiro dia de vigência, houve repercussão negativa entre os empresários. Gustavo Santos, proprietário do restaurante Tejo, na Asa Sul, retirou seis mesas para respeitar a norma. Além disso, interditou o primeiro andar, restringindo o número de lugares. “O medo é o movimento desaparecer. A gente vive uma crise muito grande, e isso vai trazer uma queda no movimento” reclama. “Foi uma bomba que caiu tarde da noite. Poderiam ter explicado antes.”Sérgio Oliveira, dono do restaurante Brace, também na Asa Sul, reduziu a oferta de lugares de 110 para 80. “Antes do decreto, mesmo com toda a repercussão do coronavírus, estava tudo normal. Agora, o movimento caiu 50%. As pessoas estão com medo de sair de casa”, lamenta. “Estamos preocupados com o fim de semana e tomando todas as precauções, mas todo mundo fica com um pé atrás”, avalia.
O presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar), Jael Silva, criticou a decisão do Executivo. De acordo com ele, os estabelecimentos foram pegos de surpresa. “Todos os indicadores de coronavírus no DF, ao que parece, estão sob controle. Então, fica essa indagação dessa medida extrema”, lamentou. Segundo ele, a medida pode trazer prejuízo ao setor nos cinco dias de vigência. “Existem muitos outros ambientes com grande quantidade de público que não foram contemplados. Outra coisa: o afastamento de 2 metros inviabilizará de 30% a 40% a disponibilidade dos estabelecimentos”, comentou.
Para a gerente do Sabor e Companhia, na Asa Norte, Antônia Vieira, o estabelecimento sofrerá impacto nos próximos dias. “A maioria dos clientes que a gente recebe aqui é estudante. Com certeza, isso influenciará na movimentação do restaurante. Eu até pedi para reduzir a quantidade de comida para o almoço”, revela.
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