Cidades

Três perguntas para

Correio Braziliense
postado em 13/03/2020 04:16
Luciano Lourenço, clínico geral, médico intensivista e coordenador do pronto-socorro do Hospital Santa Lúcia

Que cuidados a população deve ter para evitar contágio e transmissão do coronavírus em ônibus e metrôs?

Se o paciente tem alguma queixa respiratória, se está tossindo, espirrando, com falta de ar e tiver febre, ele não tem que estar dentro de metrô ou de ônibus. Uma vez que você tem uma pessoa infectada no transporte, se ela coçar o olho ou tossir na mão e colocar a mão nos apoios, no encosto de braço, no suporte de sustentação, essas são superfícies em que o vírus vai ficar. Portanto, não leve a mão ao rosto. Se está segurando no poste, ele pode estar infectado. Então, lave as mãos com água e sabão abundante por, no mínimo, 20 segundos. Quando não for possível, álcool em gel acima de 70% tem também ação protetiva muito boa. Esteja atento também aos cumprimentos. Coronavírus tem transmissão relacionada a contato físico. Se você abraça, beija, aperta mão, a probabilidade do vírus chegar às mucosas aumenta. Quebra essa característica de brasileiro, mas nesse momento é uma medida importante para conter o contágio.

Se o transporte está lotado, a chance de contágio é maior?

Sempre que você compartilha o mesmo ambiente com um número maior de pessoas, aumenta a chance. Se você tem 100 pessoas em um espaço, a probabilidade de contágio é maior do que se tivessem apenas 15. Em locais lotados, o contato próximo de vias aéreas aumenta o risco de que as gotículas com coronavírus se espalhem, caso haja alguém infectado.

É aconselhável o uso de máscaras nesses locais para  evitar o contágio?
Os pacientes devem ficar atentos aos sintomas clássicos das infecções virais: tosse, espirro, coriza e febre. Uma vez que você tem algum desses sintomas, a primeira providência é que, se precisa usar o transporte público, utilize a máscara. O uso dela é indicado principalmente para conter que a infecção saia do organismo e chegue em outro indivíduo. A utilização para se proteger é duvidosa. Não tem uma efetividade muito grande. Se a pessoa tem os sintomas, mas a máscara não está disponível, ela deve proteger o rosto para que as gotículas da tosse e espirros não se alastrem. Para isso, não use a mão, mas a dobra do cotovelo.



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