Eixo capital

Correio Braziliense

postado em 14/03/2020 04:15

Equipamentos de última geração contra vírus que assusta o planeta

A partir de hoje, quatro equipes do Corpo de Bombeiros estarão apertando o cerco no aeroporto de Brasília, usando tecnologia de ponta. Os passageiros de todos os voos internacionais serão escaneados por uma câmera térmica infravermelha que analisa a temperatura corporal e detecta febre ou qualquer alteração. Os positivos serão encaminhados para um teste mais acurado no próprio aeroporto. A partir de quarta-feira os bombeiros poderão usar o Coriolis, um equipamento que faz a leitura do ar nos aviões, e que trabalha em conjunto com o Veredus, um leitor de chips, que dá o diagnóstico final. O equipamento só está à espera de chips importados de Cingapura, especiais para a Covid-19. Os bombeiros que vão participar da ação são especializados em produtos perigosos e estarão com máscaras, luvas especiais e botas de sola emborrachada. Eles também separaram oito ambulâncias para trabalhar exclusivamente com suspeitos de infecção de coronavírus. Quem apresentar o novo vírus, será avaliado por uma junta médica. Os casos graves ou que demandem cuidados serão encaminhados ao Hran. Quem estiver sem sintomas terá de ficar de quarentena em casa. As medidas e o confinamento, mesmo que compulsório, são previstos no novo decreto editado ontem pelo governador Ibaneis Rocha (MDB).

Férias em casa

Há possibilidade de que as férias escolares de julho sejam antecipadas. É uma maneira de não atrapalhar a grade curricular se o governo tiver que manter as escolas fechadas. O governador Ibaneis Rocha (MDB) vai esperar o fim de semana pra decidir, porque o decreto vale por cinco dias, ou seja, até segunda. Mas o secretário de Educação, João Pedro Ferraz, já conversou com dirigentes de escolas sinalizando que a situação é grave e as aulas deverão ser suspensas por mais tempo.

Realidade diferente das estatísticas 

O Ministério da Saúde contabiliza dois casos confirmados de coronavírus no Distrito Federal: o casal de advogados que viajou ao Reino Unido em fevereiro. Ela está na UTI do Hran. Ele, de quarentena. Mas esse número já está superado. Pelo menos mais dois casos da comitiva do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos que estão infectados moram em Brasília: o secretário de Comunicação da Presidência da República, Fábio Wajngarten (foto), e a advogada Karina Kufa. Há ainda o caso do vice-presidente do Flamengo, Maurício Gomes de Mattos, que está hospitalizado no Santa Luzia. Ele passou mal na saída de uma festa  com a presença do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de quem é amigo. Mas provavelmente não pegou aqui. Ele chegou há alguns dias de uma viagem à Espanha, país que conta hoje com 2.965 casos, segundo o Ministério da Saúde. Só perde em registros para a China, Itália, Irã e Coreia do Sul. O Brasil está na 27ª colocação em número de notificações. 

Servidores do grupo de risco serão liberados do trabalho na Câmara 

Por conta do coronavírus, a Primeira Secretaria da Câmara dos Deputados, onde circulam milhares de pessoas todos os dias, adotou medidas rigorosas em benefício da saúde de seus servidores. O expediente está mantido, mas não haverá sanções administrativas para faltas de quem tem mais de 60 anos, está gestante, fez alguma cirurgia recentemente, esteja sendo submetido a tratamento de saúde que reduza a imunidade, seja transplantado ou doente crônico. Por considerar que o coletor biométrico pode ser um foco de contaminação, a partir de segunda-feira, ninguém mais precisa registrar o ponto. As medidas levam em conta que nas próximas semanas haverá um crescimento exponencial de casos de coronavírus no país.

Fantasia ou realidade?

O deputado Luís Miranda (DEM-DF) tirou onda pelas redes sociais da declaração do presidente Jair Bolsonaro de que o coronavírus não passava de uma “fantasia da imprensa”. Ele postou no Instagram a imagem de uma loja com as prateleiras de remédios totalmente vazias.

Hospital de campanha é cogitado

Entre as medidas pensadas para a crise do coronavírus, está a construção de um hospital de campanha. Seria um centro provisório para tratamento exclusivo de pacientes com Covid-19. Mas o caminho, por ora, foi outro: a separação de 70 leitos destinados apenas para casos de coronavírus.

Agora amigos 

Adversários de campanha, Ibaneis Rocha (MDB) e Alberto Fraga (DEM) agora são aliados. O governador ajudou o ex-deputado no processo em que era acusado de receber R$ 350 mil de uma cooperativa de transporte. Tanto que quem cuidou do caso foi o advogado Johann Homonnai Júnior, do escritório de Ibaneis.