A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) abriu procedimento apuratório para investigar a atitude de um sargento do 9° Batalhão da PMDF (Gama), que baleou um homem num bar, no Setor Leste do Gama. Segundo informações da Polícia Civil, o policial, que não teve a identidade revelada, chegou ao estabelecimento acompanhado da namorada. A briga teria sido motivada após a vítima olhar para a companheira do suspeito.
O caso ocorreu na noite de domingo, por volta das 20h30. Testemunhas relataram aos agentes que, após chegar ao bar, o policial e a namorada sentaram-se ao lado de uma mesa composta por jovens. Um deles teria olhado para a namorada do policial, o que o deixou irritado. A partir daí, os dois iniciaram uma briga. Em seguida, o sargento sacou a arma e disparou na perna da vítima.
Após balear o rapaz, o suspeito ainda deu tiro para o alto e fugiu do bar com a mulher. O homem foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros, encaminhado ao Hospital Regional do Gama (HRG) e se recupera do ferimento. Dois dias depois do ocorrido, o sargento se apresentou na delegacia acompanhado do advogado de defesa, mas foi liberado por não estar em flagrante.
De acordo com a 14ª Delegacia de Polícia (Gama), o caso é tratado como tentativa de homicídio. A polícia analisou as imagens das câmeras de segurança do estabelecimento, mas nenhuma delas registrava o local exato de onde ocorreu o crime. Agentes da 14ª DP seguem ouvindo as testemunhas para elucidar o fato. A Polícia Civil esclareceu ainda que a arma utilizada pelo militar no momento do crime foi apreendida e encaminhada à perícia. O revólver, no entanto, era de uso particular.
Em nota oficial, a Polícia Militar explicou que, “diante dos fatos e para melhor entendimento das circunstâncias, o 9° Batalhão abriu procedimento apuratório”. O Correio conversou com o dono do bar, que pediu para não ter o nome divulgado. Segundo ele, essa é a primeira vez, em cinco anos, que isso ocorre. “Nunca tivemos problemas com a questão de segurança do local. Sempre foi um ambiente tranquilo, mais jovem e, principalmente, frequentado por policiais militares e amigos”, disse.
De acordo com o proprietário, no momento do crime, o estabelecimento estava lotado. “Aqui, é sempre muito cheio de pessoas. Todos levaram um susto. Foi uma surpresa para todos, tanto é que o gerente teve que tirar todo mundo do local e optou por fechar o bar”, ressaltou.
Memória
26 de junho de 2019
Um sargento da Polícia Militar atirou em um jovem dentro de um bar da quadra 47, do Itapoã. A vítima, Ithallo Matias Gomes, 20 anos, morreu no Hospital Regional do Paranoá (HRP).
Na delegacia, o militar informou que havia reagido a uma tentativa de roubo que resultou em uma morte. Contudo, uma mulher, que mantinha relacionamento amoroso com o autor dos disparos na época, relatou que não houve roubo. Segundo ela, o sargento atirou em Ithallo após uma briga no estabelecimento.
A moça informou ainda na delegacia que foi ao bar com uma colega e mais três rapazes que ela ainda não conhecia. Momentos depois, o policial chegou. Ele a encontrou e os dois se abraçaram. Como os jovens que estavam com a garota não conheciam o sargento e não sabiam da relação dos dois, acharam que ele a estava perturbando e foram "tirar satisfação". Nessa hora, uma confusão se iniciou. Armado, ele foi em direção à vítima e atirou.
15 de abril de 2019
Um policial civil atirou três vezes contra um tenente da Polícia Militar, dentro de uma boate em Águas Claras. Herison de Oliveira Bezerra foi alvejado no tórax e socorrido ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT), mas não resistiu.
Uma mulher de 39 anos também foi atingida na coxa e levada para o Hospital de Base, orientada e estável. O suspeito foi autuado em flagrante por homicídio e lesão corporal.
9 de dezembro de 2019
Um policial militar atirou em um homem de 51 anos, após uma discussão em um prédio, em Águas Claras. Segundo as investigações, o policial se dirigia à portaria para registrar uma reclamação por perturbação.
O militar se encontrou com Kley Hebert Gusmão nas escadas de um dos blocos, e os dois começaram uma briga física. Na confusão, o policial efetuou o disparo. A vítima foi encaminhada ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC), mas morreu horas depois.
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