Cidades

Vigilância fiscaliza rodoviária

Em ação educativa, agentes sanitários orientaram a população sobre cuidados no comércio. Terminal recebeu, nesta semana, pontos de distribuição de álcool em gel. Administração do local prometeu aumentar a higienização de corrimãos

Correio Braziliense
postado em 19/03/2020 04:14
Fiscalização na Rodoviária do Plano Piloto continua por mais 20 dias e se estenderá para outros locais


Mesmo com as medidas emergenciais e orientações para quarentena domiciliar, o Distrito Federal permanece em movimento, uma vez que nem todos podem ficar em casa. Em Brasília, um dos locais de maior circulação de pessoas é a Rodoviária do Plano Piloto. Por isso, ontem, a Vigilância Sanitária do DF realizou uma ação de fiscalização e orientação aos trabalhadores do comércio e à população geral. Agentes distribuíram folhetos com informações para proteção.

Os cuidados maiores são em restaurantes e lanchonetes. Por isso, esses estabelecimentos devem ter pias para que os clientes lavem as mãos com água e sabão líquido. A secagem deve ser feita com papel toalha e a lixeira precisa ter pedal. Recomenda-se aos proprietários fornecer álcool em gel 70%, próximo às entradas e filas. Funcionários que apresentem sintomas gripais, como tosse e febre, devem ser afastados do trabalho. Clientes em self-service devem evitar falar, rir, tossir e tocar na boca, nariz e olhos próximo aos alimentos. A Vigilância recomenda, também, que os talheres de servir sejam trocados e lavados a cada meia hora. Mesas, cadeiras, maçanetas, balcões e banheiros precisam ser frequentemente higienizados. 

André Godoy, gerente de alimentos da Vigilância Sanitária, explica que a ação é prioritariamente educativa, mas que, se for o caso, estabelecimentos sem condições de funcionamento serão interditados. “Mesmo com as recomendações, a gente ainda vê aglomerações. Tomara que essas medidas sejam exagero, mas hoje, o princípio da precaução é mais importante”, declara. “Se já existe uma morte, não tem essa conversa de exagero. O vírus está entre nós”, complementa André. 

Fabiana Rodrigues, gerente de risco da Vigilância, é clara: nada de tossir ou espirrar nas mãos. A regra é cobrir a boca com a dobra do cotovelo. “O vírus é muito resistente. No plástico, ele sobrevive por cinco dias, então se a pessoa não ficar muito atenta, vai se contaminar. Vamos evitar pegar em corrimão, apertar botões sem higienizar as mãos depois. Nós precisamos mudar de hábitos rapidamente”, adverte Fabiana.

Para o público, as orientações são bem-vindas. Maria de Fátima Marcelino, 34 anos, trabalha como vendedora em uma loja de bijuterias e recebeu algumas dicas. “Falaram sobre atender os clientes a uma distância de um metro”, detalha. Por iniciativa dela e das demais funcionárias, todas estão trabalhando de máscara. Elas também foram orientadas quanto ao uso correto do objeto. “Tem que cobrir todo o nariz e precisa ficar apertada porque, quando você tosse, podem passar gotículas para fora”, relata Fernanda Rinasc, também vendedora da loja. 

Limpeza

Nesta semana, foram instalados 16 pontos com álcool em gel pela administração da Rodoviária do Plano Piloto, que garante ter aumentado a frequência de limpeza dos corrimões das escadas rolantes e fixas. O público aprovou a iniciativa. O lavador de carros Jefferson Souza, 32 anos, é um deles. Por ter tido um câncer há dois anos, ele faz parte do grupo de risco da Covid-19. “Todo cuidado é pouco. Quando entro no ônibus, já passo logo o álcool em gel.”

Ele considera que as informações sobre a doença ainda são muito confusas. “A gente vê vídeos circulando na internet e cada um diz uma coisa. Tem quem faça o maior pânico e tem quem diga que não precisa se preocupar. É difícil saber em quem acreditar”, conta Jefferson. A aposentada Maria das Graças Marques, 72 anos, também está no grupo de risco, mas se diz tranquila quanto à pandemia. “Meus filhos não querem que eu saia de casa, mas os problemas continuam e precisam ser resolvidos na rua”, pondera. “A gente tem medo, claro, mas fazer o quê?”

A fiscalização na rodoviária continua por mais 20 dias e, segundo Fabiana Rodrigues, irá se estender para outros locais. “Vamos continuar as nossas ações em hospitais”, destaca. Outros locais que devem ser fiscalizados são academias, para checar se estão de fato fechadas, em cumprimento ao decreto distrital nº 40.522, que determina o fechamento desses locais. “Temos observado que profissionais de educação física estão levando os alunos para atividades ao ar livre, mas acabam formando aglomerações nesses espaços, o que não é indicado. Em bares, vemos o problema do narguilé: 10 pessoas acabam usando a mesma piteira”, critica.

Banheiros públicos também deverão ser vistoriados. Segundo a Secretaria de Saúde, é necessário que todos tenham sabão líquido, papel toalha, ou dispositivo de secagem de mãos, e lixeira com tampa. Se possível, é indicado que haja também álcool em gel e cartazes com orientações sobre a lavagem correta das mãos. Caso os auditores identifiquem banheiros que não tenham esses itens mínimos, os administradores serão cobrados e deverão comprovar a desinfecção dos locais. Quem não cumprir as determinações, pode ser multado. O valor varia entre R$ 2 mil e R$1,5 milhão.
 
 

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