Cidades

Perdas de meio bilhão

Correio Braziliense
postado em 20/03/2020 04:06
A medida do governo local atinge bares e restaurantes, que deverão permanecer fechados a partir de hoje

Entidades ligadas ao comércio temem falência de empresas e demissões em massa. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista), Edson de Castro, a estimativa de prejuízo até o fim do mês é de R$ 500 milhões. “Nos primeiros cinco dias, quando as escolas foram fechadas, tivemos perda de R$ 80 milhões. Pensávamos que, até o início de abril, o valor chegaria a R$ 400 milhões. Agora, vimos que será ainda maior”, lamentou.

Edson de Castro explicou que o movimento nas lojas caiu 90% nesta semana, justamente pela falta de circulação de pessoas. “Os supermercados são os únicos que ainda têm movimento”, afirmou. Segundo ele, algumas empresas menores iniciaram o processo de demissão para tentar cortar gastos. “Se o período de fechamento das lojas for estendido, mais desligamentos de funcionários ocorrerão. É uma pena que isso esteja acontecendo, mas a saúde vem em primeiro lugar’, destacou.

O presidente do Sindicato de Hóteis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar), Jael Silva, cobrou do governo iniciativas para evitar a quebra de empresas e a demissão em massa. “Hoje, assinamos, com antecedência, a convenção coletiva de trabalho. Colocamos algumas cláusulas para ajudar os empreendedores e para garantir ao máximo o emprego”, afirmou. Ficaram permitidos a antecipação das férias e o parcelamento do pagamento delas.

Apesar de a restrição não contemplar postos de gasolina, empresários do setor se queixam da perda de receita, segundo o Sindicato dos Combustíveis (Sindicombustíveis). Ontem, o presidente da entidade, Paulo Tavares, encaminhou um ofício ao GDF solicitando a redução do horário de funcionamento dos estabelecimentos. A ideia é de que eles abram apenas das 7h às 19h e fechem aos domingos e feriados, para reduzir o prejuízo. “Propomos isso, mas ainda não temos nada definido”, disse Paulo.

Como o Correio apurou, alguns segmentos não especificados no decreto do GDF continuarão funcionando normalmente. Por exemplo, o serviço de distribuição de gás de cozinha não sofrerá mudança, como informou o Sindvarjas. Além disso, as clínicas veterinárias seguirão de portas abertas, enquadrando-se como serviços essenciais. Mas as pet shops terão as atividades suspensas. (WG)


Paciente tem leve melhora
Internada há 14 dias na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), a primeira paciente diagnosticada com coronavírus no Distrito Federal segue em estado grave. A mulher, de 52 anos e moradora do Lago Sul, segue em coma induzido e respira com o auxílio de aparelhos devido a uma síndrome respiratória aguda. Ontem, ela apresentou melhora no quadro ventilatório e hemodinâmico e teve o estado de saúde considerado estável, segundo a Secretaria de Saúde. Ela recebeu o diagnóstico da Covid-19 em 5 de março, no Hospital Daher, no Lago Sul. Em 26 de fevereiro, a paciente chegou à capital após uma viagem à Suíça e ao Reino Unido, países onde ela possivelmente contraiu a doença. A mulher está sob cuidados de uma equipe multidisciplinar e tem suporte técnico-científico.


Novos detentos serão isolados
As pessoas presas recentemente serão encaminhadas para a Unidade de Internação Feminina do Gama (UFG), que estava desativada. O decreto, viabilizando a medida, foi publicado ontem no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). A ideia é evitar que detentos do sistema prisional sejam contaminados pelo novo coronavírus. De acordo com o documento, os presos com sintomas da doença serão isolados dos demais, e a Secretaria de Saúde ficará responsável por ceder os insumos necessários para o tratamento. As mulheres internas e os apenados maiores de 70 anos também serão segregados, de acordo com as orientações de prevenção à doença. O transporte dessa população para as audiências observará os cuidados sanitários necessários.






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