Cidades

Serviço de delivery está em alta com a pandemia de coronavírus

Setor de entrega apresenta-se como uma das principais alternativas para consumidores e comerciantes do Distrito Federal durante o período de quarentena pelo coronavírus. Pedidos de farmácias, restaurantes e supermercados estão em alta

Correio Braziliense
postado em 21/03/2020 07:00
A empresária Nayara Leonel Ribeiro, 29 anos, entrou no mercado de delivery há sete meses: uma loja de roupa que vai até as clientes em várias regiões administrativas do DFEm tempo de pandemia do coronavírus, com a população isolada em casa e o comércio fechado para evitar o contágio da Covid-19, as empresas precisam recorrer às entregas para continuarem funcionando. Durante o período de quarentena, o setor de delivery se apresenta como uma das principais alternativas para consumidores e comerciantes do Distrito Federal. 

Segundo o presidente do Conselho de Economia do DF, César Bergo, determinadas áreas tendem a aumentar o número de pedidos. “Alguns segmentos devem crescer, como por exemplo o farmacêutico e o alimentício”, comentou. Dados do aplicativo Rappi também apontam para este crescimento, desde o início da pandemia. Na América Latina, a alta foi de cerca de 30%, com destaque para pedidos de farmácias, restaurantes e supermercados, de acordo com a empresa. 

Para o superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-DF), Valdir Oliveira, num primeiro momento o delivery não aumentou devido ao coronavírus. “Porém, durante a última semana, já observamos que isso mudou e as entregas cresceram consideravelmente”, disse.  

Valdir alerta que as empresas, e principalmente os restaurantes, precisarão de liberação de crédito e flexibilização de tributos para sobreviver à crise econômica ocasionada pela pandemia. “Têm estabelecimentos que, nos melhores dias, que são finais de semana, chegaram a 70% de quebra de faturamento”. Apesar das dificuldades, Valdir afirma ser improvável que o DF passe por uma crise de abastecimento. Para ele, o importante, agora, é ajudar os pequenos negócios.

O presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar), Jael Antônio da Silva, explica que, atualmente, o melhor para a saúde pública é fazer os pedidos por entrega e não sair de casa. “Nos últimos dias, antes do comércio fechar, houve uma queda de venda em salão e um aumento na venda de delivery na faixa de 20 a 30%”, ressalta. 

Jael destaca que, por segurança, alguns estabelecimentos têm adotado medidas como fornecer duas embalagens, uma externa que deve ser descartada por risco de contaminação, e uma interna onde fica o produto. “Os aplicativos não têm controle se os entregadores estão contaminados com o coronavírus. O ideal seria fornecer álcool em gel a eles, para que se higienizem, mas não sei se esse trabalho está sendo feito”, ponderou. 

Ajustes do setor 

Em nota, o aplicativo iFood informa que criou para todos os entregadores um fundo solidário de R$ 1 milhão, para dar suporte àqueles que necessitarem permanecer em quarentena. A organização não governamental Ação da Cidadania fará a gestão do fundo. Além disso, o aplicativo estuda formas de fazer entregas com menor contato, em que o usuário pode combinar com o entregador, via chat, o local para deixar o pedido. 

A Uber também adotou novas medidas. A empresa explica que conta com a consultoria de um especialista em saúde pública, e permanece em contato próximo com as autoridades locais, seguindo as orientações para conter a propagação do coronavírus. O aplicativo Uber Eats agora permite que o usuário deixe uma instrução para pedir ao entregador que deixe o pedido na porta da residência do cliente, de modo a impedir qualquer contágio.
 
Caminhão virou loja de moda feminina 
 
Uma loja de roupas que vai até o cliente. Esse é o serviço da truck store Coisa de Mulher, gerenciada pela empresária Nayara Leonel, 29. Há sete meses no ramo delivery, a gestora explica que busca sozinha a excelência no atendimento. Além de cuidar das redes sociais, Nayara diz que faz as entregas com agendamento prévio. “A mobilidade da loja me permite ir a qualquer lugar, encontrar pontos estratégicos e também atender os fregueses em domicílio, com a comodidade que uma loja fixa não possui”, conta. 

No caminhão, são vendidos produtos de moda feminina, entre eles roupas, calçados e bijuterias. Para a empresária, o conforto do cliente é o principal objetivo. Os principais pontos de entrega são Águas Claras, Candangolândia, Riacho Fundo, Taguatinga e Vicente Pires, mas caso as clientes de outras regiões se interessem pelo serviço, Nayara verifica a melhor maneira de atendê-los. “Dessa forma, levo a própria loja até a cliente, e ela pode viver toda essa experiência no conforto de sua moradia”, completa. 

Nayara salienta que ainda precisam ser feitas melhorias. “Existem casos em que as freguesas nos chamam, marcam visitas, e quando chegamos elas não aparecem. Além disso, os dias chuvosos acabam atrapalhando um pouco nossa dinâmica, visto que a loja não possui uma grande estrutura para abrigar clientes nessa situação”, explica a empresária. 

* Estagiários sob supervisão de Adson Boaventura  

Serviço

» Coisa de Mulher
Instagram: @coisademulher_ts
Telefone: (61) 98281-1991 

Cinco pedidos inusitados

Com a promessa de entregar qualquer coisa que o cliente desejar, 
o aplicativo de entregas Rappi possui uma lista de pedidos fora do comum:

» Pedir ajuda para descarregar seis vasos de planta do caminhão.
» Comprar agulha, pinça anatômica e fio de nylon para cirurgia.
» Buscar o cartão de estacionamento que o cliente havia esquecido no carro, que estava no mecânico.
» Buscar uma chave de cliente que se trancou no próprio apartamento.
» Comprar passagem de ônibus.

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