Cidades

Empréstimo para agentes culturais

Banco de Brasília, em parceria com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec), formaliza plano econômico com linhas de crédito para o setor cultural

Correio Braziliense
postado em 21/03/2020 04:35
Presidente do BRB:

Diante de uma série de medidas do poder público para conter a disseminação do novo coronavírus, o impacto no setor cultural atingiu uma das principais fontes de sustentabilidade dos artistas: o público. Em Brasília, após reunião com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec), o Banco de Brasília (BRB) desenvolveu um plano econômico voltado especificamente para o seguimento, conforme adiantado pelo Correio.

Desde ontem, a instituição bancária colocou à disposição dos agentes culturais da cidade três linhas de crédito que integram o BRB Cultura. O socorro também faz parte de um crédito total, no valor de R$ 1 bilhão, que o BRB liberou, na última segunda-feira, orientado para empresas do DF afetadas economicamente pela Covid-19. Os empréstimos da cultura, bem como de outros setores, entram nesse pacote.

“Desde o início da semana, o BRB tem oferecido recursos para colaborar com empresas de diferentes setores. A área cultural, tão importante para o desenvolvimento do DF, não poderia ficar de fora. Ser um banco verdadeiramente da cidade é estar junto o tempo todo, inclusive em um momento tão delicado como esse”, afirmou o presidente do banco, Paulo Henrique Costa.

BRB Cultura

Divididos em Acreditar, produto de microcrédito do BRB; Progiro — Capital de Giro; e BRB Investimento são empréstimos com condições diferenciadas que podem ser contratados por agentes de diferentes portes, tanto pessoas físicas quanto pessoas jurídicas.

O Acreditar é um produto de microcrédito orientado que atende de R$ 350 a R$ 15 mil, e é destinado para pessoas físicas ou jurídicas com faturamento anual de até R$ 200 mil. As taxas de juros são a partir de 1,85% ao mês. O Progiro oferece taxas de juros a partir de 0,80% ao mês, com prazo de 36 meses para pagamento e seis meses de carência. Por fim, o BRB Investimento tem prazo de 60 meses para pagamento, até 12 meses de carência e taxas de juros, a partir de 0,92% ao mês. As duas últimas opções de linha de crédito atendem empresas de diferentes tamanhos.


Para o secretário de cultura, Bartolomeu Rodrigues, o plano vem para simplificar os processos neste momento de crise. “É uma situação muito preocupante. Dentro da secretaria, não temos recursos próprios. Montamos uma equipe que está estudando formas, dentro da Lei Orgânica da Cultura (LOC) e das prevenções legais e orçamentárias, de mecanismo para ajudar os artistas. A preocupação deles é a nossa preocupação. Não bastasse os eventos que fomos obrigados a cancelar, os recursos previstos que deixamos de repassar. São pessoas que vivem da arte e da cultura. Esse setor é muito ativo e movimenta Brasília”, afirma o secretário.

Além das linhas de crédito, Rodrigues garantiu aos artistas que os pagamentos e os processos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), que foram retomados em sua gestão, seguem normais, de acordo com os trâmites protocolares. Também adiantou que o presidente do BRB acenou, de maneira positiva, o lançamento de um edital de cultura no valor total de R$ 750 mil.

Propostas


Maestro e integrante da Frente Unificada de Cultura do DF, Rênio Quintas viu com bons olhos o movimento da secretaria e do banco. “Assim que o Bartolomeu assumiu a pasta, entregamos uma carta com 11 pontos que eram vistos como mais problemáticos no setor, e a situação econômica já estava ali”, lembrou. Isso porque, na avaliação de Rênio, a antiga gestão criou vários impedimentos para o não funcionamento da cultura na capital, incluindo liberações de recursos de dois editais do FAC.

Diante do novo contexto, a Frente formulou outra carta enviada para Rodrigues na última terça-feira. Entre as propostas apresentadas para socorrer a classe artística, estavam as linhas de crédito do BRB, a publicação emergencial de um edital de premiação e pagamentos efetivos nos meses de abril e maio — porém com execução das ações artísticas apenas quando o vírus arrefecer — e concessão de bolsas de pesquisas artísticas. “Todas as portas possíveis de faturamento estão fechadas e os artistas dependem do seu trabalho. Não temos vínculos com associações ou entidades e tem artistas que nem projetos aprovados pelo FAC, agora, têm. É uma situação muito triste”, comentou.


Serviço
  • Os agentes culturais interessados em recorrer às alternativas devem entrar em contato com o BRB pelo telefone: (61) 3322-1515.




Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags