Cidades

Vale do Amanhecer festeja ''Dia do Doutrinador''

Correio Braziliense
postado em 23/03/2020 06:02

Esta matéria foi publicada originalmente na edição de 2 de maio de 1977 do Correio. Sua republicação faz parte do projeto Brasília Sexagenária, que até 21 de abril de 2020 trará, diariamente, reportagens e fotos marcantes da história da capital. Acompanhe a série no site especial e no nosso Instagram.

 

Cerca de 5 mil pessoas compareceram ontem ao Vale do Amanhecer para a cerimônia do Ritual da Estrela Candante que comemorava a passagem do Dia do Doutrinador em que participaram 3 mil Médiuns, Mestres Sol (Doutrinadores) e Mestre Lua (Incorporadores) e teve como cenário, o templo ao ar livre. Solar do Médiuns. 

 

Exatamente ao nascer do sol, a Clarividente Neiva - Tia Neiva - fez a invocação iniciática de forças dando início a cerimônia. O Solar dos Médiuns templo inaugurado no dia 1º de maio de 1976, completou ontem o seu primeiro aniversário. É em sua arquitetura e concepção iniciática, uma arrojada projeção no futuro e um protótipo de unidade de forças que constituirão as bases da Religião Científica do Terceiro Milênio. 

 

O Ritual da Estrela Candente é desenvolvido exclusivamente para o Solar dos Médiuns. A partir das vestimentas, cuja estética e beleza é apenas casual resultante, e se adentrando na manipulação do som, através dos chamados “Mantrans”, culminando nos movimentos, tem como objetivo principal a pura manipulação de energias.

 

A chamada “força mediúnica” ou “mediunidade” dos médiuns é o fator principal desta manipulação. No Solar, estes atuam como verdadeiras baterias, conjugadas com os dispositivos iniciáticos agindo principalmente na desassimilação de correntes negativas e a assimilação de correntes puras dos planos de além Terra aos quais o Solar está conectado. 

 

Tais energias, assim controladas, são enviadas, a semelhança de uma usina hidroelétrica, aos hospitais, aos presídios, aos órgãos de decisões dos poderes públicos e a todos os “lugares onde haja necessidade de socorro espiritual”. 

 

Assim concebido, o Solar dos Médiuns é composto de áreas onde são concentradas as várias falanges que regulam os diferentes tipos de energias etéricas, extra-etéricas e extra-cósmicas.

 

As principais são a concentração dos Mestres, a Cachoeira de Preparação, que é encimado pelo Triângulo dos Aparás, Radar de comando, a cabine de acesso à Estrela e a Estrela Candente. 

 

Esta última é o cruzamento de dois triângulos, um representando a força do Sol e o outro a força da Lua. A estrela formada é a ao mesmo tempo um espelho d’água que tem 70 metros de diâmetro e um metro de profundidade. 

 

No centro fica um triângulo de pedra encimado por uma Elipse de metal com cerca de cinco metros de altura. Ela elipse é uma antena de captação de energias do Reino Central, ou “Centro Crístico”. Dispostos simetricamente existem 108 bancos de pedra e 108 lajes camadas “leitos” ou “esquifes”. 

 

Além desta função captadora de energias a elipse tem também significado transcendental. Transmite a mensagem da evolução do Cristianismo de sua fase do martírio para sua fase científica. O martírio se relaciona diretamente com o carma e a necessidade de redenção pela dor. Entretanto, já estamos no limiar do Terceiro Milênio, no qual a razão e a atitude científica predominarão sobre a dor e o sofrimento. Tal fato é verificado experimentalmente pelos Mestres do Vale do Amanhecer. 

 

Essa atitude científica é que faz com que os Médiuns do Vale sejam considerados cientistas espirituais. Isso se tornou possível graças à criação, pela Clarividente Neiva, da figura de Doutrinador. 

 

Seu significado maior prende-se ao fato de que, até então, confundia-se mediunidade com incorporação, fato esse que conceituava de “médium” somente as pessoas que manifestasse fenômenos visíveis de relacionamento com a outra dimensão. 

 

Com a criação do Doutrinador, o Médium que trabalha com sistema nervoso ativo e cujas manifestações mediúnicas se fazem através de sua expressão sensorial normal, essa interpretação da mediunidade tende a desaparecer. 

 

De acordo com a “Doutrina do Amanhecer” todos os seres humanos são médiuns, isto é, todos são intermediários entre os diferentes campos vibratórios que compõem o mundo. Existem múltiplas formas de “mediunidade”, que vão desde alimentos, até as mais altas manifestações de sensibilidade espiritual. 

 

Faltava apenas a demonstração viva do Doutrinador e admissão de que os Planetas e corpos celestes não são apenas o físico denso, concreto e palpável mas são compostos de várias camadas vibratórias. 

 

A clarividente Neiva veio trazer uma Doutrina de esclarecimento, em nome do Mestre Jesus e dirigido pelo Mentor de sua obra que é o Pai Seta : a preparação do homem para os dias futuros, e para isso foi criada a figura do Doutrinador. Ele é o missionário, moderno, atualizado, vivendo uma vida normal e tendo todos os compromissos de qualquer cidadão, e principalmente, caminhando nas próprias pernas, sem superstições ou falsas religiosidades. Ele é a garantia do bom senso e do equilíbrio em meio às confusões religiosas de nosso tempo. 

 

O Vale do Amanhecer é uma organização espiritualista que se originou na missão da Clarividente Neiva Chaves Zelaya - Tia Neiva - há quase 20 anos quando começou a se manifestar sua mediunidade. 

 

Em 1959, ele era uma cidadã comum, embora com traços de personalidade incomuns. Viúva, com quatro filhos, dedicou-se a estranha profissão de motorista, dirigindo seu próprio caminhão. Nunca até 1959, quando completou 33 anos de idade, revelou propósitos de liderança de espécie alguma. 

 

A partir desta data começaram a suceder com ela estranhos fenômenos na área do paranormal, da percepção extra-sensorial, para os quais nem a ciência nem a religião locais forneceram explicação. O único amparo razoável foi encontrado na área do espiritismo, pois as manifestações se pareciam com a fenomenologia habitual dessa doutrina. 

 

Os problemas foram se acentuando contra a sua vontade, e o acanhamento das concepções doutrinárias que a cercavam a levaram a uma inevitável solidão. Não havia quem a entendesse e isso a obrigou à aceitação das manifestações de sua Clarividência. Incompreendida pelos homens ela teve que se voltar para o que lhe diziam os espíritos. neles começou a encontrar a coerência necessária para não perder o juízo e ter se tornado apenas mais uma doida a ser internada. A partir daí ela deixou de obedecer aos “entendidos” e tornou-se dócil às instruções dos seres, invisíveis, aos olhos comuns, mas para ela não só visíveis como também audíveis. 

 

Desde então, ela abandonou parcialmente sua vida profissional e dedicou-se a implantação do sistema que hoje se chama Vale do Amanhecer. A primeira fase foi de adaptação e aprendizado, embora desde o começo seu fenômeno obrigasse a uma atitude prática de prestação de serviços. Isso garantiu sempre a autenticidade da Doutrina do Amanhecer desde os seus primórdios. Tudo foi e é recebido dos Planos Espirituais se traduz em aplicações imediatas e é testado na prática. 

 

Logo que aprendeu e dominou a técnica do transporte consciente, isto é, a capacidade de sair do corpo conscientemente, e se deslocar em outros planos vibratórios ele começou seu aprendizado iniciático. 

 

Nesse período, que durou de 1959 até 1964, ela se deslocava diariamente até o TIbet e lá recebia as instruções iniciáticas de um Mestre tibetano. Dadas as condições específicas que isso exigia de seu organismo físico ela contraiu uma deficiência respiratória que, em 1963, a levou quase em estado de coma para um sanatório de tuberculose em Belo Horizonte. 

 

Três meses depois teve alta e deu prosseguimento à sua missão, embora portadora de menor área respiratória, que limita sua vida física até hoje. 

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  • Foto: Lourdes Calvo/CB/D.A Press
  • Foto: Paulo Marques/CB/D.A Press

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