Correio Braziliense
postado em 25/03/2020 06:00
Acrobacias, malabarismo e palhaçadas. Dessa vez, a alegria trazida pelos circos nas cidades está temporariamente parada devido à pandemia do coronavírus. A nova rotina mudou as prioridades de quem trabalha com este tipo de cultura e lazer. Com o retrato dessa realidade momentânea, circenses se adaptam para continuar a levar entretenimento aos cidadãos.
Como as pessoas precisam ficar em casa para evitar a disseminação do coronavírus, os circos, que perderam público nas últimas décadas, passaram a buscar mais apoio para os circenses poderem exercer suas profissões.
Um dos administradores do Circo de México, Paulo Alvarado Rocca, 48, lamenta a situação. “Não é fácil ficarmos parados, mas cada um tem que fazer sua parte. Infelizmente, o circo é uma cultura que ninguém lembra. O circo é a mãe de todas as artes, desde o império romano já existiam as apresentações nos circos”, pontua.
Carlos Alexandre, 36, também é colaborador do Circo de México, que funciona em Sobradinho. Ele atua como secretário de Relações Públicas da equipe e revela que, desde que chegaram a Sobradinho não abrem a bilheteria, principal fonte de renda para a manutenção do funcionamento do circo. Mas, com a ajuda dos moradores da cidade, os artistas estão conseguindo se manter nesse período de isolamento. “As pessoas da região têm nos ajudado. Acho que a maior urgência que temos agora são as ações das autoridades públicas para nos apoiar. Nós pagamos muitas taxas, incluindo, água e luz”, lembra o secretário.
Além da contribuição dos moradores, a Administração Regional de Sobradinho informou que os circenses foram recebidos pela Gerência de Políticas Sociais e os atendeu com o fornecimento de cestas de alimentos para suprir emergencialmente as necessidades. Em Taguatinga, a Administração Regional informou que não recebeu qualquer solicitação dos trabalhadores do circo instalado no estacionamento do Estádio Serejão. No entanto, o administrador da cidade visitará o local hoje para verificar as necessidades das pessoas que trabalham lá.
Adaptações
Para não deixar de levar alegria às pessoas, o Circo Real Português começou a fazer lives nas redes sociais. Juliana Portugal, 32, é trapezista, bailarina e cuida do marketing do circo. “Esta é a alternativa que achamos para trabalhar, porque é disso que vivemos, por amor a essa tradição. Lutamos por essa sobrevivência e, claro, é preciso que todos fiquem em casa. Começamos a fazer espetáculos online para, de alguma forma, levar até as pessoas a alegria nesse momento triste para todos”, afirmou.
A primeira live aconteceu no último sábado e contou com mais de seis mil internautas em todas as redes sociais. Juliana conta que ainda está em fase de pesquisa em relação à periodicidade dos espetáculos. Na próxima sexta-feira, ela adianta que vai ocorrer mais uma live, a partir das 19h, coincidindo com o dia do circo. Vale lembrar que o lazer está sendo de graça, mas existe a opção de fazer doações. “Não cobramos pelo serviço. Para quem pode ajudar, a gente divulga uma conta para contribuir com o mesmo valor do ingresso, mas deixando claro: só para quem puder realmente fazer essa doação”, explica. Para as pessoas que quiserem contribuir com produtos, o circo está no estacionamento no estádio Serejão, em Taguatinga.
* Estagiários sob supervisão de Mariana Niederauer
Lar dos Velhinhos pede ajuda
O Lar dos Velhinhos Bezerra de Menezes, em Sobradinho, pede doações de máscaras descartáveis, luvas de procedimento, álcool 70% (líquido e em gel), papel interfolhado, sabonete líquido e hipoclorito de sódio. Os materiais serão usados para a prevenção do coronavírus. Como ajudar: (61) 3591-3039; ou por meio de depósito: Banco do Brasil, agência 1226-2, conta-corrente 90697-2, CNPJ: 00.627.927/0001-56.
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