Cidades

Empresários temem prejuízo

Correio Braziliense
postado em 25/03/2020 04:37
A possibilidade de extensão do decreto 40.539/2020, que suspende o funcionamento de bares, restaurantes, casas noturnas e comércios por causa da pandemia do coronavírus, pode gerar prejuízos aos empresários durante a Semana Santa, conforme análise da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF). O governador Ibaneis Rocha determinou, na última quinta-feira, que diversos setores mantenham as portas fechadas até 5 de abril, quando começa o feriado, com perspectiva de ampliação por mais 30 dias. 

Segundo o presidente da Fecomércio, Francisco Maia, os comerciantes acreditam que a possibilidade de prorrogação do decreto é alta. “Não temos dúvidas que haverá prejuízo na Semana Santa, mas não conseguimos mensurar em números. Isso só poderá ser estimado após o feriado”, afirmou. 

Francisco destacou que os pequenos comerciantes “sofrem muito com essa situação. Por isso, estamos lançando uma campanha para que as pessoas comprem perto de casa, nos mercadinhos e padarias. Muitas vezes, esses empresários não têm acesso a empréstimos para manterem as contas em dia e pagar os funcionários. Eles precisam que os moradores aqueçam a economia local”.

Para Silvio Pessoa, sócio da Cemar Pães e Conveniência, de Taguatinga Sul, a campanha da Fecomércio poderá ajudar a melhorar as vendas dos comércios locais. O estabelecimento amarga uma redução nas vendas que chega a 50% do faturamento. “A situação é ruim para todo o país, porque influencia na economia. Não sabemos como nossos comércios sairão dessa crise. Se conseguiremos nos manter ou não”, explicou.

Sem bacalhau

Por conta da redução nas compras, Silvio decidiu não investir em produtos específicos para a Semana Santa, como bacalhau, ovos de páscoa e vinhos. “Decidimos que neste ano o mais viável seria não adquirir as mercadorias. Não sabemos qual será a situação do Distrito Federal até o feriado. São produtos perecíveis e caros, portanto, seria um risco apostarmos nessas vendas”, frisou. 

“É momento de recessão econômica e temos um papel social de honrarmos com a folha de pagamento dos nossos funcionários. Então, a decisão era investir na Semana Santa e, se não rendesse, poderíamos ter que sacrificar algum pagamento. Isso não é justo. Teremos os produtos que já vendemos, como o chocolate e vinhos. Mas não faremos pedidos aos fornecedores para aumentar o estoque”, acrescentou Silvio. 
 
 

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