A primeira ministra da Alemanha, Angela Merkel, afirmou que a pandemia global do coronavírus é um desafio que exigirá a solidariedade conjugada, de maneira semelhante a que ocorreu depois da Segunda Guerra Mundial. Só venceremos essa guerra com o esforço de todos.
E, felizmente, a solidariedade tem se manifestado de múltiplas maneiras, e dos lugares mais inesperados. Vizinhos jovens se prontificam a ajudar idosos a fazerem compras nos mercados. Professores oferecem aulas via internet. Empresas que produzem cerveja se mobilizam para fabricar álcool em gel. A Universidade de Brasilia emprestou aparelhos de teste para detectar o coronavírus.
Mas é preciso ampliar essas redes de amparo e proteção. Muitos moradores da periferia não dispõem de água, saneamento básico ou dinheiro para a compra de sabonete ou álcool em gel. As lideranças responsáveis têm de imbuir-se de um sentimento humanitário, se não, vai sobrar para todo mundo.
Em meio a inúmeras manifestações de solidariedade, registramos em Brasília um fato lamentável. Uma moradora de Vicente Pires, recém-chegada da Europa, passou por uma situação constrangedora. Ao sentir febre e tosse, acionou o Samu para a realização de exames. Para a sua surpresa, o pedido de teste para a Covid-19 e seus dados pessoais vazaram nas redes sociais, e ela sofreu uma espécie de linchamento. Ela passou a ser hostilizada e estigmatizada. É tudo que não se deve fazer. Isso não nos levara a nada. É claro que todos nós queremos sobreviver à pandemia, mas ninguém se salvará sozinho.
Foi preciso uma pandemia para mostrar a importância do jornalismo profissional. Ele está combatendo as fake news das redes sociais, que se espalham com a mesma velocidade do coronavírus. Pesquisa do Datafolha mostrou que, neste momento crucial, o jornalismo é a fonte mais confiável. Só atravessaremos essa tormenta com a solidariedade.
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