Enquanto a ajuda prometida pelo governo não chega à economia real, os trabalhadores das micro e pequenas empresas já sentem o impacto da recessão econômica. “Precisamos de alento, perceber que o governo local está preocupado. Até o momento, tivemos decisões em nível federal, do fundo de garantia. Já nos antecipamos na nossa convenção coletiva de trabalho, assinada em conjunto com o sindicato dos empregados. Previmos a antecipação das férias, possibilidade de colocar em férias sem a necessidade de aviso prévio, parcelamento”, disse o presidente do Sindhobar, Jael Antônio da Silva.
Os empresários cobram uma medida provisória e consideram que os recursos anunciados não são suficientes para impedir o segmento de afundar. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Beto Pinheiro, se o quadro se estender até o final de abril, cerca de 50% dos 110 mil empregos diretos podem ser dizimados. “Estamos pleiteando junto ao GDF uma moratória para o adiamento de impostos, pedindo de quatro a seis meses para quitar essas obrigações até que os empregos e a economia voltem a girar. Seria um caos social essa quantidade de desempregados. Mesmo se não ajudarem, essa conta chegará para o governo de qualquer jeito, seja com seguro desemprego ou saques do FGTS”, afirmou.
Crédito de R$ 1 bi
O Banco de Brasília (BRB) anunciou a liberação de até R$ 1 bilhão em crédito orientado para empresas, de todos os portes, afetadas pelos impactos econômicos do coronavírus. Para o sindicato, a medida não é suficiente, já que 90% são micro e pequenas empresas, grande parte concentrada nas regiões administrativas, e não teriam condições de assumir o compromisso. “Essa medida já é um feito, mas precisamos saber também a capacidade desse pequeno empresário em pegar esse dinheiro, se estão negativados, se todos estão bem comprometidos. Estamos buscando empréstimo subsidiado a custo zero, não adianta só suspender a questão da oratória, mas como sobreviver sem receber nada, precisamos de um empréstimo para que volte a normalidade”, afirmou o presidente do Sindhobar.
Saiba Mais
* Estagiária sob supervisão de Adson Boaventura