Cidades

Covid-19: Detentos em ressocialização irão produzir máscaras descartáveis

O projeto da Funap, em conjunto com empresas do Sistema S, começa nesta segunda-feira (30/3). A previsão é que cada máscara seja vendida a R$ 0,45

Detentos em ressocialização irão produzir máscaras descartáveis a partir desta segunda-feira, a partir de uma oficina de profissionalização em costura. Inicialmente, 40 internos da Penitenciária do Distrito Federal I (PDF I) farão 30 mil itens, que já teve a qualidade do material aprovada. O projeto é uma iniciativa da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap), em parceria com empresas do Sistema S. 
 
De acordo com a Funap, uma empresa que trabalha com a costura industrial dentro dos presídios se mostrou interessada na fabricação das máscaras. A iniciativa da produção considerou a dificuldade atual de se encontrar o produto no mercado. Dependendo da demanda, a produção pode se estender à Penitenciária Feminina e ao Centro de Internamento e Reeducação (CIR-Papuda). 
 
Para os detentos terem permissão para a produção, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) precisou levar o projeto à SES-DF, como afirma titular da pasta, Marcela Passamani. "Pegamos um modelo dessa máscara, vimos que há relatório da Anvisa autorizando a confecção e, por precaução, o levamos à Secretaria de Saúde para validar e verificar se ela se compara às do mercado. O material foi aprovado", esclareceu. 
 
Na visão da secretária a ação, além de contribuir para a ressocialização do preso, "atende a uma demanda de mercado e significa união para benefício de toda a sociedade. É um processo importante de forma que dâ perspectiva, esperança, oportunidades e autoestima a essas pessoas, até para evitar casos de reincidência. Nesse momento delicado, esse público acaba se sentindo importante para a sociedade."
 
Um dos objetivos do projeto é que a Secretaria de Justiça também possa adquirir as máscaras, para abastecimento de unidades socioeducativas e terapêuticas. Outros órgãos, além da população e entidades privadas poderão adquirir os itens vendidos abaixo do preço encontrado no mercado. A previsão é que cada máscara seja vendida a R$ 0,45. “É uma oportunidade ímpar de fazer o bem, poder valorizar esse tipo de serviço de qualificação de trabalho que muda perspectiva dos presos”, finalizou a secretária de Justiça e Cidadania.

Penitenciária Feminina 

Desde a última semana, 30 sentenciadas da Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF) trabalham na produção de máscaras e kits de proteção – compostos por capote, propés e toucas – para serem utilizadas nas unidades prisionais e por profissionais da Secretaria de Saúde.

Duzentos kits já estão prontos para serem utilizados pelos agentes e na sexta-feira (27/3) as mulheres deram início na produção de máscaras de proteção.

“Estamos vivendo um período de escassez desses materiais no mercado e precisamos de uma quantidade grande para proteção de nossos profissionais e para garantir a saúde dos internos nas unidades prisionais", explicou o secretário de Segurança, o delegado Anderson Torres.

De acordo com a diretora da Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF), Rita de Cássia, a unidade já tinha o material para produção dos kits para os agentes.  “Tínhamos lencóis com filtro de retenção bacteriana para o setor de saúde da unidade, repassado pela Saúde, que não estava sendo utilizado, e TNT. Buscamos a orientação dos profissionais e produzimos a partir do modelo fornecido por eles. Desta forma, conseguimos produzir um material reforçado e eficaz”. A máscara possui três camadas, sendo duas de TNT e uma de tecido retenção bacteriana.   

*Com informações da Agência Brasília