Cidades

Mulher recebeu alta do Hran três dias antes de morrer por coronavírus

Viviane Rocha de Luiz, 61 anos, deu a primeira entrada na rede pública na sexta-feira (20/3) e foi liberada. Ela retornou para o hospital três dias depois, com febre e desconforto respiratório, contou o irmão dela ao Correio

Correio Braziliense
postado em 29/03/2020 22:53
Viviane Rocha de Luiz, 61 anos, era assessora técnica e responsável pela Câmara Técnica de Vigilância Sanitária do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass)A primeira paciente que morreu por coronavírus no Distrito Federal, Viviane Rocha de Luiz, 61 anos, deu a primeira entrada no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), na madrugada de sexta-feira (20/3). A informação foi confirmada ao Correio pelo irmão da vítima, Douglas Alessandro Rocha, 56 anos, e, inicialmente, pela secretária de Saúde. 

Na segunda-feira (23/3), fontes da Secretaria de Saúde confirmaram  que a paciente deu entrada no Hran na sexta-feira (20/3) com sintomas de gripe e deficiência respiratória. Entretanto, por meio de nota oficial divulgada neste domingo (29/3), a pasta disse que Viviane chegou à unidade de saúde na madrugada de domingo (22/3) transferida de uma unidade particular. 

De acordo com Douglas, a irmã começou a apresentar mal-estar a partir do dia 15 de março, um domingo. "Nesse dia ela foi almoçar com uma amiga disse que não estava se sentido muito bem. Era uma pessoa que pegava gripe com facilidade". Na segunda-feira (16/3), Viviane teve febre e no dia seguinte, diarréia.

"Com a piora, ela decidiu procurar um hospital particular na quinta-feira (19/3)", lembra Douglas. Ela foi medicada no local, mas devido a um problema com o plano de saúde, teve que ser encaminhada para o Hran, na madrugada seguinte. 

“Quando foi atendida na rede pública, ela tinha apresentado uma leve melhora. Por isso, a liberaram para ir embora para casa. No entanto, minha irmã continuou piorando nos dias seguintes", conta Douglas. Como o primeiro exame dela testou negativo para a presença da doença, os médicos acreditavam que ela não estava infectada. 

Viviane retornou ao Hran no domingo (22/3). Ela estava com febre e desconforto respiratório. De acordo com o irmão, ela teve contato com um paciente confirmado com coronavírus, de São Paulo. Entre as comorbidades, a assessora técnica tinha obesidade mórbida, hipertensão arterial sem tratamento e era ex-fumante.

A assessora técnica e responsável pela Câmara Técnica de Vigilância Sanitária do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), morreu no fim da manhã da última segunda-feira (23/3). O caso não foi divulgado antes porque o primeiro exame específico de Covid-19 deu negativo e o segundo inconclusivo. Somente um terceiro exame, de contraprova, realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, deu positivo.
 
Em nota oficial, a Secretaria de Saúde esclareceu que a paciente deu entrada no Hran na madrugada de 22 de março, transferida de um hospital particular e apresentando comorbidades, o que evoluiu para uma parada cardiorrespiratória em 23 de março, às 11h40. "Todos aqueles que tiveram contato direto com a vítima estão sendo monitorados pela autoridade sanitária do DF", informou a pasta.

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