Cidades

Polícia prende dupla que vendia álcool em gel e máscaras de forma ilegal

Os produtos eram vendidos pelos ambulantes na rua das farmácias, na 302 Sul. Se condenados, os dois podem pegar de 4 a 15 anos de reclusão

Correio Braziliense
postado em 02/04/2020 12:10
Os produtos eram comercializados sem as prescrições legais determinadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)Agentes da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), prenderam em flagrante dois ambulantes que comercializavam frascos de álcool em gel e máscara de proteção descartáveis sem as prescrições legais determinadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A dupla vendia os produtos na popular Rua das Farmácias, na 302 Sul. A ação ocorreu na tarde de quarta-feira (1º/4). 

Os dois jovens, de 18 e 21 anos, moradores de Luziânia, foram alvos da Operação Mau Negócio, que já apreendeu 620 frascos de álcool em gel de origem clandestina. A operação visa coibir a venda de produtos de proteção ao novo coronavírus que tenham origem duvidosa. Nesta última ação, foram apreendidas 120 máscaras brancas descartáveis, 32 frascos de álcool em gel, R$ 1.176 em espécie e duas máquinas de cartão de crédito. Segundo a delegada Bruna Eiras, da 1ª DP, a prisão ocorreu após uma denúncia anônima. 

“Nós recebemos a informação por meio de canal de WhatsApp da Polícia Civil e fomos checar as informações. Ao chegarmos ao local, confirmamos a situação. A dupla vendia as mercadorias sem emissão de nota fiscal. Além disso, averiguamos que as máscaras sequer tinham rótulos. Não tinha nenhuma especificação e não obedeciam às exigências da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Então, o consumidor às vezes acha que está adquirindo a mercadoria e irá se proteger, mas não está. Pelo contrário, esse consumidor pode ter algum dano à saúde”, explicou. 

Para confirmar que os produtos não seguiam os requisitos da ABNT, uma técnica da Anvisa realizou a análise dos materiais apreendidos. A especialista confirmou que as máscaras não tinham elemento filtrante das duas camadas de proteção. Ainda, as mercadorias, incluindo o álcool em gel, não tinham informações sobre os elementos utilizados na fabricação. Os ambulantes foram detidos em flagrante pelos crimes contra as relações de consumo e ordem tributária, os dois estão sujeitos à pena de quatro a 10 anos de prisão. Se comprovado o crime contra a saúde pública, poderão ficar de 10 a 15 anos presos. 

“A operação Mau Negócio é para mostrar à população do Distrito Federal que nós estamos combatendo o comércio de cargas ilegais de produtos de prevenção ao novo coronavírus, em conjunto com os demais órgãos, como o DF Legal. Isso é importante, porque a tendência é de aumento dos casos neste período que vivemos (de pandemia). Nosso pedido é que a população observe minuciosamente os produtos que está comprando, pois, mesmo se houver rótulos, a mercadoria pode não ser a que está descrita. Então, nossa orientação é que as pessoas procurem adquirir esses produtos lacrados e em locais confiáveis”, orientou a delegada Bruna Eiras. 


Primeira fase


A primeira fase da operação ocorreu em 24 de março, em uma loja da 512 Sul. Os policiais da 1ª DP receberam denúncia sobre a venda ilegal de frascos de álcool em gel. Os produtos não tinham registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, portanto, não poderiam ser comercializados. Nesta a ação, foram apreendidos 588 unidades da mercadoria, distribuídas em 26 caixas. 

O proprietário do comércio negou que soubesse a procedência ilegal das mercadorias. Ele informou que adquiriu as caixas com frascos de álcool em gel de um antigo fornecedor. Os agentes checaram o endereço do fabricante informado nas notas fiscais dos produtos, onde foi localizada uma vidraçaria. O suspeito acabou preso pela Polícia Civil de Goiás, em Valparaíso. A investigação prossegue para confirmar se os produtos foram realmente fabricados pelo distribuidor.

Investigadores da 1ª DP apuram a versão do comerciante, que também mantém outras duas lojas, na 504 Sul e em Vicente Pires. Caso seja comprovado que ele agiu de má-fé, poderá ser indiciado por venda de produto saneante sem registro na Vigilância Sanitária, crime considerado hediondo, e estar sujeito à pena de 10 a 15 anos de prisão. 


Canais de denúncia


Procon — 151
PMDF — 190
PCDF — 197 ou (61) 98626-1195 (WhatsApp)
DF Legal — (61) 3961-5125

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags