Cidades

Fecomércio-DF prevê aumento da inadimplência durante a pandemia

Com a paralisação das atividades comerciais no DF, o presidente da Fecomércio, Francisco Maia, acredita que haverá uma queda no endividamento das famílias. Contudo, a inadimplência deve aumentar

Correio Braziliense
postado em 03/04/2020 06:00
Especialistas orientam famílias a priorizarem contas essenciaisO número de brasilienses inadimplentes deve aumentar consideravelmente nos próximos meses devido ao impacto econômico gerado pelo novo coronavírus. É o que prevê a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF). Em contrapartida, o número de famílias endividadas diminuiu, passou de 787.755 em fevereiro para 786.885 em março. Levantamento é da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). 

Com a paralisação das atividades comerciais no DF, o presidente da Fecomércio, Francisco Maia, acredita que haverá uma queda no endividamento das famílias. Contudo, a inadimplência deve aumentar. “Com as lojas fechadas, ninguém estará comprando e, consequentemente, não terão dívidas. Entretanto, temos que analisar o outro lado. Algumas pessoas estão com os salários comprometidos ou perderão o emprego por causa desse cenário incerto. Por ora, elas não terão dinheiro para pagar as contas e ficarão inadimplentes”, afirmou ao Correio. 

Na avaliação de Ciro Almeida, economista da G2W Investimentos, nos próximos meses, tanto o endividamento quanto a inadimplência devem crescer. “Devemos considerar que as dívidas das famílias podem diminuir por causa do baixo consumo. Mas essas pessoas estão gastando de outra forma e, caso esse consumidor esteja com a situação orçamentária no gargalo, não escapará das despesas”, adianta o especialista. 

Dicas

Ciro Almeida adverte: evite os gastos com coisas supérfluas. “É importante que a família priorize as necessidades básicas para viver a quarentena. Por exemplo, tem de pagar a luz, a água, talvez, a internet ou separar uma quantia maior para ir ao supermercado”, orienta. 

De acordo com o economista, ainda há as dívidas que podem ser esquecidas durante este período. São as de longo prazo, em que há medidas de flexibilização ou agendamento, como a prestação do carro, aluguel ou algum empréstimo. “Antes de mais nada, tem muito emprego sendo perdido, então, primeiramente, tente manter o seu. Converse com o chefe e chegue em um acordo. No caso dos empresários, é importante buscar alternativas para evitar a falência e se informar sobre os benefícios do governo”, detalha. 

Para o educador financeiro Jônatas Bueno, o momento é de “apertar o cinto”. “Temos que pensar que é uma situação de sobrevivência. Para quem não tem dívida, evite ao máximo fazer uma. As dívidas, no geral, têm muita relação com o cartão de crédito, então a fatura vem alta e engessa o orçamento. Já que está em casa, uma dica é não pedir alimentos de outros lugares e cozinhar na residência. Isso economiza muito. Depois, verificar se tem gargalo de energia ou água. E outra opção é negociar contratos de internet ou TV a cabo e procurar um plano mais barato”, destaca. 

Endividamento
O estudo mostra que 78,9% das famílias brasilienses estão endividadas em março, ante 79,1% em fevereiro. O montante de famílias com contas em atraso também diminuiu: passou de 121.274 mil para 105.919 no mês passado. Na comparação com 2019, o endividamento também está um pouco mais baixo. Em março do ano passado, o percentual de famílias endividadas era de 80,3%. O levantamento revela, ainda, que 1,5% dos entrevistados afirmaram estar muito endividados; 10,4% mais ou menos endividados; 67,1% pouco endividados e 21% não tem dívidas.

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