Correio Braziliense
postado em 03/04/2020 08:43
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (3/4), operação contra a venda ou o direcionamento indevido de lotes do programa habitacional da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab-DF). Os alvos da da ação, batizada de “Sesmaria”, são ex-servidores comissionados da administração de Sobradinho 2. Ao todo, foram cumpridos três mandados de prisão temporária e seis de busca e apreensão contra ex-servidores suspeitos e beneficiários de alguns dos imóveis. O objetivo da ação é obter elementos que comprovem os indícios apurados pelos investigadores.
A investigação da Divisão Especial de Combate à Corrupção (Decor/Cecor) aponta que cerca de 30 lotes, situados no conjunto 04 da AR11 de Sobradinho 2, foram ocupados de forma irregular. Segundo a PCDF, os ocupantes não possuem certidão positiva expedida pela Codhab, ou mesmo registro na companhia, além de não terem documento de contemplação ou indicação para empreendimentos. Alguns dos ocupantes possuíam escrituras em formato não reconhecido pela autarquia. Os terrenos têm o valor de mercado de R$ 120 mil, aproximadamente.
Diversos moradores da área são parentes e amigos de funcionários da Administração Regional de Sobradinho 2 da gestão de 2018. Dentre eles, a esposa, quatro irmãos, dois cunhados e quatro amigos do diretor de Articulação, Coordenação de Desenvolvimento da administração. A esposa do gerente de Licenciamento, Obras e Atividades Econômicas, e um casal de amigos do administrador regional à época também foram contemplados com terrenos. Cada uma destas pessoas ocupava um lote.
A PCDF constatou ainda que, em 2018, o então administrador regional e o diretor de Articulação, Coordenação de Desenvolvimento autorizaram a ligação de energia elétrica nos endereços de seus parentes e amigos beneficiados.
Os investigados são suspeitos dos crimes de corrupção, ativa e passiva, estelionato contra a administração pública e lavagem de dinheiro. De acordo com a PCDF, a gestão atual da Codhab contribuiu, desde o início, com as investigações.
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