Cidades

Mais de 500 infectados até 10 de abril

Correio Braziliense
postado em 04/04/2020 04:05
Em um mês desde a primeira confirmação de coronavírus na capital do país, o Distrito Federal soma 425 casos, o que o coloca na quarta posição entre as unidades da Federação com maior número de ocorrências, atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará. Até o momento, seis pessoas morreram em decorrência da Covid-19. Segundo o informe epidemiológico divulgado ontem pela Secretaria de Saúde, entre os casos confirmados, 59 estão hospitalizados e 40, na unidade de terapia intensiva (UTI).

Em nota oficial, a Secretaria de Saúde informou que não tem uma projeção exata da situação para as próximas semanas, pois trabalha gradativamente, avaliando a situação a cada momento para tomar as medidas necessárias. Porém, o governador Ibaneis Rocha já declarou estimativa de mil casos para a segunda quinzena de abril.

Os pesquisadores Breno Adaid e Thiago Nascimento, professores do Centro Universitário Iesb e do Departamento de Ciências Comportamentais da Universidade de Brasília (UnB) estimam que, até 10 de abril, 557 pessoas tenham sido infectadas no DF, caso o padrão de crescimento de casos se mantenha nos próximos dias.

A velocidade de transmissão de um vírus é calculada pela taxa básica de reprodução, ou fator R0. Em doenças como a Influenza H1N1, é de aproximadamente 1,5, isto é, cada pessoa com o vírus infecta 1,5 pessoa. No caso da Covid-19, o R0 está entre 2,5 e 3,5. A partir daí, é possível prever o crescimento do contágio ao longo do tempo.

Foi assim que os pesquisadores fizeram a projeção. Levando em consideração a taxa de óbito em 2%, ao menos 11 pessoas vão morrer nesse período na capital federal. Em uma previsão mais otimista, esperam-se 511 casos confirmados e 10 mortos. No entanto, havendo aceleração dos contágios, a possibilidade de infectados sobe para 603, com 12 óbitos. O pico é esperado para o fim do mês.

Cálculos diários

Breno explica que as contas são refeitas diariamente, trabalhando com uma margem de erro de 5 pontos percentuais. “Existem algumas discrepâncias com a realidade: existe um tempo para que a pessoa detecte a doença e faça um exame, depois, o intervalo até que o resultado esteja pronto, fora aqueles que nem conseguem fazer o teste. Tudo isso afeta o resultado, por isso temos essa margem grande.”

Na visão dele, apesar do crescimento de casos, o DF está em uma situação melhor do que outras unidades da Federação, com taxa de aceleração da doença entre 11 e 13 pontos percentuais. “As medidas de isolamento foram muito acertadas. Até então, somos um oásis no Brasil, mas entendam que o DF não se cura sozinho. Se a gente não se cuidar, não se isolar, vamos ter um colapso do sistema hospitalar”, afirma o pesquisador.


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