Correio Braziliense
postado em 05/04/2020 04:22
A Secretaria de Saúde contabilizou 456 pessoas infectadas pelo novo coronavírus e sete mortes em decorrência da Covid-19. Do total, 147 (32,2%) se recuperaram da doença. Apesar disso, ainda há 58 pacientes hospitalizados, sendo 15 deles em estado grave. Os dados constam em boletim divulgado pela pasta ontem, às 17h54.
O Plano Piloto continua em primeiro lugar entre as áreas com maior número de casos confirmados: 134. Em seguida, aparecem Lago Sul (58) e Águas Claras (54). Outros 71 registros estão sob investigação da secretaria. Até agora, os homens têm sido os mais atingidos. Eles somam 258 entre o total de diagnosticados. No DF, a faixa etária em que a doença mais aparece vai dos 30 aos 49, segundo os registros da Covid-19 confirmados pela pasta.
O boletim informa que o período de maior incidência da doença ocorrerá dentro de algumas semanas, mas ressalta que “as estratégias de distanciamento social aplicadas pelos estados e pelo Distrito Federal apresentam efetividade e estão permitindo a estruturação da resposta dos serviços de saúde”. O texto afirma ainda que decretos de isolamento “estão de acordo com recomendações de órgãos internacionais como a OMS (Organização Mundial da Saúde), bem como do próprio Ministério da Saúde”.
A pasta considera que essas medidas devem continuar em vigor até que as unidades da federação tenham equipamentos e equipes de saúde suficientes para atender a alta demanda de pacientes com segurança. Só após essa garantia, o DF será aconselhado pelo ministério a mudar para a estratégia do distanciamento social seletivo, que protege grupos de risco. “Isso contribui para evitar o colapso dos sistemas de saúde, como observado em países desenvolvidos, como Estados Unidos, Itália, Espanha, China e, recentemente, Equador”, afirma o documento.
O Distrito Federal pode estar em fase de transição da pandemia do novo coronavírus para um momento de aceleração descontrolada. A informação é do Ministério da Saúde e leva em conta o coeficiente de incidência nacional, que é de 4,3 casos para cada 100 mil habitantes. O DF é a unidade da federação com a maior taxa (13,2), à frente de São Paulo (9,7), Ceará (6,8), Rio de Janeiro (6,2) e Amazonas (6,2). O último relatório do órgão considera “preocupante” a situação da capital federal. A fase de aceleração descontrolada é a mais crítica entre as quatro etapas epidêmicas.
Exames
Com o crescente número de casos suspeitos e confirmados no DF, mais pessoas se submetem a testes para detecção da doença. Nas redes sociais, imagens e vídeos do momento de coleta da amostra são compartilhados e geram receio pelo modo invasivo como ocorre. No entanto, há testes distintos. Luciano Lourenço, clínico geral e coordenador do pronto-socorro do Hospital Santa Lúcia, diz que um dos meios de se confirmar ou descartar a Covid-19 realmente pode gerar incômodo.
“O exame de PCR, que vem sendo compartilhado nas redes sociais, identifica a presença do vírus nas secreções respiratórias. A coleta é feita por um swab, que é um cotonete um pouco maior, bem específico. Ele coleta secreções das mucosas nasais e a gente precisa aprofundar um pouco o swab pela via do nariz”, detalha Lourenço. Nesse tipo de teste, também há uma coleta feita na orofaringe, perto da garganta.
O outro método é menos invasivo. “Temos outro exame que é por sangue, o teste de imunoglobulina. Ele avalia anticorpos específicos contra o novo coronavírus. Do ponto de vista do paciente, é muito mais simples. Tem uma picadinha normal e ele vai identificar se nosso organismo tem células de defesa contra o coronavírus”, explica Luciano.
Os dois também têm diferença em relação ao resultado: “O PCR consegue detectar a presença do vírus com menos tempo de sintomas. Do quarto ao quinto dia, ele se torna um exame bastante eficiente (na detecção). No exame de coleta de sangue, que avalia imunoglobulinas, a data ideal de coleta é entre o sexto e sétimo dia. Os dois têm uma eficiência parecida, mas o PCR consegue fazer uma detecção mais precocemente”, afirma o médico.
Colaborou Jéssica Eufrásio
Fases
Segundo o Ministério da Saúde, a pandemia da Covid-19 é dividida em quatro fases: transmissão localizada, aceleração descontrolada, desaceleração e controle. Atualmente, o país vive a fase de contágio comunitário — quando uma região tem casos de contaminação em que não se pode detectar a origem da infecção.
Coronavírus no DF
456 casos confirmados
420 quadros leves
43 infecções moderadas
15 pacientes graves
147 pacientes recuperados
7 óbitos
71 casos em investigação
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