Correio Braziliense
postado em 06/04/2020 04:35
A pandemia de coronavírus mudou bastante a rotina da família de Aldenice da Silva Nunes, 42 anos, que mora no Itapoã. Ela tem dois filhos alunos da rede pública de ensino: Gustavo Silva dos Santos, 6, aluno do Centro de Educação Infantil Tia Nair, no Paranoá; e Maikom Douglas Silva dos Santos, 18, que está no 3º ano no Centro de Ensino Médio (CEM) Paulo Freire. Aldenice é empregada doméstica e, por causa da Covid-19, está trabalhando apenas duas vezes por semana. A liberação foi importante para que ela possa ficar com Gustavo.
“Não tenho com quem deixá-lo”, explica. Na segunda e na quinta, quando vai para a casa da família onde trabalha, o primogênito cuida do caçula. Entreter uma criança pequena que sente falta das tias e dos amigos da escola nem sempre é fácil. “O Gustavo fica ansioso, agoniado. Tenho feito atividades manuais com ele, como mexer com glitter. Agora, a gente está montando um dinossauro de papelão”, diz Aldenice.
A mãe diz que tentará estimular o caçula a assistir às teleaulas, já que o programa educativo abrange da educação infantil ao ensino médio, mas não garante que ele conseguirá acompanhar. “Vou tentar, vou fazer o teste para ver se ele se interessa, mas acho difícil. Ele gosta mais de desenho, de coisas mais lúdicas, não sei se a linguagem vai atendê-lo”, pondera. Maikom pretende assistir às teleaulas, especialmente os aulões com foco no Enem. Apesar de acreditar que o programa educativo seja uma boa alternativa para os estudantes não ficarem totalmente parados, Aldenice se preocupa. “Mesmo assim, os alunos vão ficar prejudicados. A gente não sabe como será o ano letivo”, afirma.
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