Correio Braziliense
postado em 08/04/2020 04:14
O número de vítimas de homicídios e assassinatos no Distrito Federal subiu no primeiro trimestre deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado. Dados divulgados ontem pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) mostram que, dos 13 tipos de crimes analisados, oito tiveram queda nos índices. Entre os que apresentaram aumento nos registros, destacaram-se os latrocínios (roubo seguido de morte), com o dobro do número de casos e 17 mortes — contra oito em 2019 —, além de roubo a comércio, que subiu 22,2% (veja Estatísticas).
Entre janeiro e março deste ano, 117 pessoas foram vítimas de homicídio, enquanto que no mesmo período de 2019 foram 107 casos. Esse total inclui os feminicídios registrados — cinco de janeiro a março deste ano e sete em igual período de 2019.
Em 2020, entre todos os tipos de crimes analisados, fevereiro chamou atenção pelas 4.103 ocorrências. Contudo, dos seis meses considerados, março do ano passado teve o maior número de registros: 4.360. Na contramão dos aumentos, roubos e furtos de veículos, roubo em residência, além das tentativas de homicídio e latrocínio tiveram pouca variação.
O secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, diz que a diminuição decorre do aumento do policiamento direcionado, mas reconhece que os casos de violência sexual ainda são um desafio. “São crimes de difícil prevenção, principalmente porque acontecem dentro de casa, (em ambiente) intramuros”, destaca.
A comparação entre fevereiro e março mostrou quedas em alguns tipos de ocorrências. O especialista em segurança pública Nelson Gonçalves de Souza acredita que a diminuição está diretamente associada às medidas de restrição estabelecidas pelo Executivo, em virtude da pandemia do coronavírus. “O fato de você ter menos gente na rua implica que, necessariamente, há menos oportunidades para acontecerem crimes”, observa.
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