Cidades

Hospital de campanha na papuda

Correio Braziliense
postado em 10/04/2020 04:05
Além desse caso, mais 12 policiais também tiveram contaminação comprovada
O novo coronavírus começa a atingir um dos ambientes mais sensíveis do Distrito Federal: o sistema carcerário. Há uma semana, um agente penitenciário da Papuda testou positivo para a Covid-19. Desde então, outros 12 policiais foram diagnosticados com a doença, e, ontem, um detento também. Tendo isso em vista, a Secretaria de Saúde solicitou apoio do Exército Brasileiro para instalar um hospital de campanha dentro do complexo penitenciário do DF, além de pedir para os militares a limpeza e desinfecção das instalações onde os policiais infectados estavam. 

Conforme Correio apurou, o detento infectado está isolado dos demais presos e cerca de 15 companheiros de cela dele precisaram ser separados dos demais. O homem estava lotado no Centro de Detenção Provisória (CDP) da Papuda. Os agentes também foram colocados em quarentena. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirma apenas 10 diagnósticos, sendo oito do Centro de Internamento e Reeducação (CIR), um no CDP e outro na Penitenciária do DF 2 (PDF 2).

A Secretaria de Saúde também adotou providências para impedir a disseminação entre a população carcerária. A pasta pediu apoio ao Exército Brasileiro para instalar um hospital de campanha para atender os internos do Distrito Federal. A princípio, as acomodações seriam na Papuda — mas cabe a SSP-DF determinar o melhor local. Solicitou-se equipamentos e leitos dotados de respiradores para conseguir promover o trabalho para os detentos diagnosticados com a Covid-19.

Em outra frente, o Exército promoverá a limpeza e desinfecção das instalações do Centro de Internamento e Reeducação (CIR), onde houve oito casos de contaminação de agentes penitenciários. Após a primeira ação, a higienização também deve ser estendida para os demais estabelecimentos prisionais, a começar pelo Centro de Detenção Provisória (CDP), com policiais penais treinados para aplicar as técnicas de limpeza empregadas.

Revolta
A presidente da Associação Humanizando Presídios (Ahup) ressaltou que a notícia dos agentes e do detento com coronavírus assusta. “Agora, vamos ver as consequências de não ter se pensado nesse problema social, que é o encarceramento em massa”, lamentou. Ela destacou que parentes dos apenados organizam uma manifestação para as 9h de segunda-feira (13), em frente à Vara de Execuções Penais (VEP), para garantir direito aos presos e ter uma forma de comunicação, já que as visitas estão suspensas. “A associação pede cautela aos familiares. Precisamos cumprir as medidas das autoridades sanitárias. Outra demanda, é ter autorização em tempo real do estado de saúde deles (dos encarcerados), que é o mínimo que o Judiciário e o Estado pode fazer por nós”, frisou. 

Contaminações
A Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) informou que três bombeiros testaram positivo para Covid-19 e outros 20 estão sob suspeita. De acordo com a Polícia Militar, oito integrantes da corporação estão contaminados com a doença e 35 casos são investigados. 

Em 2 de abril, o sargento da corporação Romildo Pereira, 50 anos, morreu vítima da doença. Segundo a secretaria, todos os bombeiros infectados estão assintomáticos ou com sintomas leves. Na Polícia Civil, até a última quarta-feira, dois policiais haviam sido diagnosticados com a Covid-19. Cada corporação tem adotado medidas preventivas para evitar infecções, desde ampliação do teletrabalho a procedimentos de hi



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