Correio Braziliense
postado em 10/04/2020 04:05
Focando em pensamentos positivos, a manicure Rayene dos Santos, 26 anos, tenta manter a tranquilidade enquanto espera a chegada de Laura, prevista para nascer em julho, no Hospital das Forças Armadas (HFA). “Fico preocupada em relação ao parto, os riscos de contaminação no local. Mas, se Deus quiser, até lá estará tudo bem”, projeta. Ela também faz o atendimento pré-natal uma vez por mês, mas tem exame marcado para a próxima semana. “Quando tenho consulta, não fico muito perto das pessoas e evito o contato das mãos no rosto. Mas a mudança radical foi ficar em casa e só sair em último caso.”
Uma mistura de sentimentos também preenche um dos momentos mais marcantes na vida de Karla Milhomem, 28 anos. Ansiedade, medo, felicidade e precaução. Com 37 semanas de gestação, a administradora não vê a hora de pegar Ariela no colo. Mas até a chegada da menina, prevista para 20 de abril, os cuidados com limpeza e higiene foram redobrados para evitar qualquer contaminação pelo novo coronavírus. “A primeira vez que ouvi sobre a doença na China, estava com sete meses de gravidez. Nunca imaginei que viveríamos isso no Brasil”, diz Karla. “Como se trata de uma doença nova, a primeira coisa que fiz foi me informar em relação à gestação e se, caso eu pegasse, afetaria o bebê”. Pelas notícias e com acompanhamento médico, ficou mais tranquila. A administradora foi liberada para trabalhar de casa.
“Nós, mães, somos ensinadas o tempo inteiro a manter a calma durante a gravidez, porque tudo pode passar para o bebê. Neste momento, estou trabalhando minha mente para não ser afetada em relação à pandemia. Podemos viver de forma saudável, se seguirmos as recomendações”, avalia a mãe de Ariela. O marido também tem ajudado bastante. “Como é militar, ele não pode ser liberado, mas toma todos os cuidados necessários com a limpeza. Quando chega em casa, deixa o uniforme e o sapato fora e vai direto para o banho. Estamos tentando manter o menor contato possível”, conta. “Sinceramente, tem sido muito difícil ficar em casa, porque sou muito ativa. Mas não adianta se desesperar neste momento. Vai passar”, avalia Karla.
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