Correio Braziliense
postado em 15/04/2020 22:12
A aposentada e modelo Zilda Maria de Azevedo completou 90 anos nesta quarta-feira (15/04). Isolada em seu apartamento no Guará, não conseguiu realizar o sonho de comemorar a data num cruzeiro em alto mar, devido à pandemia do coronavírus. Ainda assim, os filhos deram um jeito de surpreender a idosa deixando o dia igualmente marcante. Pela janela de sua residência, dona Zilda acompanhou os parabéns e a música preferida, Leão Domado, cantada por filhos, sobrinhos e netos, a distância, embaixo do prédio. “Claro que ninguém queria que fosse assim, todo mundo longe. Estava tudo sendo preparado e organizado com todo amor e carinho imagináveis, e de repente tudo foi suspenso por tempo indeterminado. Ela ficou sentida no começo, mas, como sempre, ela com sua força decidiu: ‘Não tem problema, ano que vem iremos comemorar 90 anos de novo, e com muita saúde, que é o mais importante!’ Ela é de uma força que só Deus para explicar”, testemunha a neta Silmara de Azevedo Campos Silva, 37 anos.
A festa de aniversário teve direito à serenata, músicas de Zezé Di Camargo e Luciano, bolo e muita emoção. Dona Zilda não desconfiou de nada. A aposentada é conhecida por amigos e familiares pela personalidade única, a vida agitada e o bom humor. Em novembro do ano passado, ela foi convidada pela Revista do Correio para modelar em uma campanha de moda.
Dona Zilda é natural de São José de Ribamar, no Maranhão, mas reside em Brasília desde 1978. Apesar de ter sofrido a dor da perda do marido e de duas filhas, dona Zilda sempre procurou se manter ativa para compartilhar momentos com os outros cinco filhos, os 17 netos e oito bisnetos. Foi uma das netas, Lara Cristine, inclusive, a responsável por incentivar seu talento para modelagem durante as fotos para um book. Agora, por meio da filha mais velha, Silman Sônia, conseguiu reunir a família para a comemoração do nonagésimo aniversário.
Veja o vídeo:
De acordo com Jorge Campos, 55 anos, filho de dona Zilda, cada um dos quatro irmãos reserva um quarto em sua residência para a mãe, mas a família optou por mantê-la em total isolamento por uma questão de saúde e segurança. Para manter o coração por perto, a solução tem sido as chamadas de vídeo diários, e o revezamento para entregar as compras da semana.
“Minha mãe é muito ativa. Antes da quarentena, ia para as aulas de dança, reunia com amigas, tinha toda uma rotina muito movimentada. Nós optamos por mantê-la na casa dela, e mesmo com a quarentena ela continua ativa. Faz as atividades físicas em casa, toma os 20 minutos de sol dela, e nós, filhos, nos reservamos às ligações e à entrega de comida, que segue todo um protocolo de higienização para entrar dentro de casa. Vamos monitorando como podemos, sem deixar que ela se sinta só ”, afirma.
Para a neta Silmara, a mensagem que a família quer passar é a importância de se fazer presente, mesmo distante, na vida dos pais e avós. “É muito importante, ligar sempre que possível, 'visitar' de longe; acho que é o principal a ser feito. Jamais 'abandonar' nossos idosos, afinal de contas eles são a alma de todas as famílias, e é nesses momentos que eles mais precisam, que temos a obrigação de retribuir todo amor, carinho e proteção que recebemos deles durante toda uma vida. Não podemos, nem devemos oferecer nada menos que isso”, pontua.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.