Correio Braziliense
postado em 19/04/2020 04:09
“Ficar presa em casa é um mix de sentimentos. Uma montanha-russa. Às vezes, o tédio bate. A preguiça, a tristeza, a solidão. Mas também a gratidão pelo privilégio de poder ficar protegida. Essa mistura de sentimentos muitas vezes vem em um mesmo instante. Não é algo a que estamos acostumados, principalmente para mim, que sempre gostei de sair e estar com pessoas.
A parte mais difícil é não poder ter contato com amigos, família. Tenho uma filha de 3 anos que me questiona sobre o confinamento. Há ainda a incerteza sobre quando tudo vai acabar, o que traz angústia e ansiedade.
Tenho tido mais contato com minha filha, podemos brincar, posso fazer coisas que estava adiando, como arrumar meu armário, fazer uma limpeza em casa, tirar coisas que não uso mais, colocar em práticas receitas antigas — da avó e da bisavó — que eu gostaria de fazer. A culinária tem sido uma terapia e uma parte gostosa de poder sentar com a família toda para comer e conversar.
Em casa, reservamos uma parede para pintar. Minha filha, meu marido e eu escrevemos palavras positivas, que estão nos ajudando neste momento. Esta fase ajuda a perceber que precisamos dar mais valor aos detalhes, às pequenas coisas, às relações humanas, às amizades, aos colegas de trabalho e também que precisamos ser mais gratos.”
Nathália Vieira, 32 anos,
conselheira tutelar, moradora da Asa Sul
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