Correio Braziliense
postado em 20/04/2020 14:58
Cerca de 500 estabelecimentos comerciais foram interditados no Distrito Federal desde que o governador Ibaneis Rocha (MDB) determinou, por meio de Decreto (nº 40.539), o fechamento do comércio local, em função da pandemia do coronavírus, em 19 de março. De acordo com a Secretaria DF Legal, 15 mil estabelecimentos foram notificados por desobedecer a determinação. Entre os negócios interditados, 26 foram multados (cada um em R$ 3.600) por insistirem na abertura.Segundo Fernando Brites, presidente da Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF), a desobediência ocorre, dentre outros motivos, porque o fechamento do comércio é “irracional”. “O que se fez foi tomar uma decisão que é sugerida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com viés ideológico, que está colocando o mundo inteiro de joelhos com essa questão do coronavírus. A medida é drástica demais. Estamos criando mais problemas do que solução. Lógico que medidas de precaução teriam que ser tomadas. Mas os meios de repressão do governo são irracionais. Os órgãos trabalham contra a iniciativa privada e o setor produtivo”, disse.
Igrejas
Desde que as medidas restritivas passaram a vigorar, o DF Legal recebeu, aproximadamente, 80 denúncias sobre igrejas em funcionamento no Distrito Federal. No entanto, a secretaria pondera que igrejas e centros religiosos podem abrir, mas não realizar missas e cultos. A orientação é para que sejam realizadas apenas transmissões ao vivo.
Ao todo, 25 equipes da pasta vistoriam, diariamente, das 7h às 3h, todas as Regiões Administrativas do DF. Das denúncias recebidas contra centros religiosos, duas foram comprovadas, com aglomerações de fiéis: uma em Vicente Pires e outra em Samambaia.
Segundo Josimar Francisco da Silva, presidente do Conselho de Pastores Evangélicos do Distrito Federal (Copev-DF), as igrejas que funcionam à revelia das determinações do governo não são filiadas à entidade. “A gente tem recebido informações. O conselho tem quase 5 mil igrejas espalhadas no DF. Algumas delas, têm independência e não possuem comando”, disse.
Josimar afirma que os centros religiosos vinculados à entidade cumprem as medidas para evitar contágios pelo coronavírus. “A igreja não está fechada. Não houve determinação. Parou com celebrações de grande porte para evitar aglomeração de pessoas. Porém, nos cultos, fomos autorizados a fazer uma live com um pequeno grupo de apoio. No período de oração, tem um grupo de cerca de cinco pessoas que entra na igreja para orar”, pontuou. “Mas as celebrações estão proibidas. As igrejas do conselho estão cumprindo, fielmente, o decreto do governador”, completou.
A entidade encaminhou um ofício ao chefe do Executivo local, pedindo auxílio durante a pandemia. “Pedimos a liberação das igrejas com algumas adaptações. Propusemos abrir com 25% do efetivo das igrejas, gradualmente, ao longo das semanas. A cada cadeira ocupada, por exemplo, duas ficariam sem ninguém”, explicou Josimar.
Dentre as propostas encaminhadas pelo conselho ao governo local estão um auxílio financeiro aos pastores, suporte no pagamento de aluguel das igrejas que estão fechadas e a suspensão das cobranças de contas de água e luz, além do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
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