Cidades

Brasilienses recebem ameaças de exposição de filmes íntimos na web

Vítimas recebem e-mails de extorsão dos criminosos, que afirmam ter gravações das vítimas assistindo a vídeos pornográficos. Para não divulgarem o material para familiares e na internet, eles pedem pagamento em bitcoin

Correio Braziliense
postado em 21/04/2020 19:13
Pessoa sentada em frente a computadorA Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) está investigando ameaças que brasilienses estão recebendo por e-mail. Criminosos enviam mensagens informando terem vídeo ou fotos íntimos da vítima enquanto assistia materiais pornográficos na internet. Eles ameaçam divulgar as imagens para familiares e na web, caso a pessoa não pague um determinado valor em bitcoins (leia Moeda Virtual). No entanto, identificou-se que os casos se tratam de um crime de phishing — esquema cibernético cujo objetivo é enganar o usuário a revelar informações pessoais, como senhas ou cartão de crédito, CPF e número de contas bancárias.

Segundo o delegado Dário Taciano de Freitas Junior, os criminosos atormentam as vítimas para receberem a quantia em moeda virtual. “Nesses e-mails enviados, os cibercriminosos informam uma senha verdadeira da vítima, seja ela atual ou antiga. Pode ser, por exemplo, de alguma rede social. Eles também fazem o texto ameaçando expor fotos e vídeos do usuário. Este é um golpe de sextorsão (do inglês sextorsion) e já fez diversas vítimas conforme o passar dos anos e chegou com tudo no Distrito Federal” afirma.
 
E-mail recebido por uma das vítimas 

O investigador explica que no e-mail enviado, os acusados informam que instalaram um malware no computador ou notebook da vítima, enquanto ela acessava sites pornôs. “Eles alegam, inclusive, que gravaram um vídeo dessa pessoa e o salvaram em um servidor do grupo de hackers. Em seguida, avisa que, caso o destinatário não envie US$ 1.900 para a carteira de bitcoin do remetente, o vídeo será enviado aos contatos do destinatário”, acrescenta. 

“Contudo, ao analisarmos o e-mail, verificamos que há dezenas de vítimas no DF e que o modus operandi é parecido. Os textos fazem referência a uma webcam e a gravação de vídeo secreto. Por vezes o usuário sequer possui câmera em seu dispositivo. Portanto, há muitos elementos que indicam que se trata de um golpe fraudulento”, esclarece Dário Junior.

A orientação da especializada é que, caso a vítima receba um e-mail deste, que não pague o valor solicitado pelos criminosos, pois trata-se de mais um golpe cibernético. “Os cibercriminosos estão cada vez mais sofisticados. Inúmeras são as táticas, mas o primeiro conselho possível em uma situação dessas é manter a calma. O mais plausível é que não foi realizado nenhum tipo de vídeo ou imagem comprometedora de sua pessoa”, destaca.

“É importante estar atento quanto à informação sobre a senha do usuário, que é geralmente antiga. Mesmo assim, ela está circulando na internet. Dessa forma, a pessoa pode estar vulnerável a acessos não autorizados ou até mesmo outras tentativas de outros golpes. Por isso, o mais importante é alterar as suas senhas pessoais prontamente. Em sequência, verifique se os sistemas operacionais dos dispositivos eletrônicos, como celular, computador e tablet estão atualizados”, orienta o delegado Dário Junior.

Moeda virtual

O bitcoin é uma criptomoeda, a qual só é usada para transações na internet. Diferente do real, por exemplo, a emissão da moeda não tem controle. Por exemplo, a nossa moeda real tem um código de controle das cédulas emitidas, cuja responsabilidade é do Banco Central. Por outro lado, o bitcoin não tem um banco que administra essa moeda virtual.

 

Como o bitcon não tem um controle de emissão, a moeda é criada descentralizadamente por computadores em todo o mundo. O bitcoin é mantido por pessoas que "emprestam" a capacidade de máquinas para produzir bitcoins e registrar transações — como uma mineradora. A mineradora de bitcoin é usada, inclusive, para decifrar os códigos matemáticos criptografados destas moedas. Assim, pode-se encontrar o local onde o bitcon está mais barato para poder comprá-lo.

 

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Denúncia Online — http://www.pcdf.df.gov.br/servicos/197
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Telefones — 197 ou (61) 98626-1197 (WhatsApp)

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