Cidades

Detentos com Covid-19 serão tratados em bloco especial

A área com novos centros de detenção provisória da Papuda será exclusivamente destinada aos presos diagnosticados com o vírus e que não estejam graves

Correio Braziliense
postado em 24/04/2020 12:02
A área com novos centros de detenção provisória da Papuda será exclusivamente destinada aos  presos diagnosticados com o vírus e que não estejam gravesDois blocos dos novos Centros de Detenção Provisória (CDPs) vão ser utilizados para o tratamento e a quarentena de presos durante a pandemia. Em 15 dias, mais 400 vagas estarão disponíveis. Nesta sexta-feira (24/4), os ambientes serão higienizados e desinfectados. Em seguida, será montado o mobiliário.

Segundo o secretário de Segurança Pública, o delegado Anderson Torres, a obra deve ser concluída ainda em 2020. “Após várias tratativas, conseguimos que o espaço fosse liberado. A obra completa está prevista para ser inaugurada ainda neste ano e, por isso, foi possível adequarmos o local”, aponta. Um dos blocos  – com 200 vagas – será destinado exclusivamente para quarentena de presos que são transferidos para o Sistema Penitenciário semanalmente. 

Após os primeiros casos de contaminação pelo novo Covid-19, o encaminhamento de presos da Divisão de Controle e Custódia de Presos (DCCP), da Polícia Civil, para o Sistema Penitenciário passou por mudanças, ocorre uma vez por semana, e não mais duas como antes. Todos são colocados em quarentena, que a partir da próxima semana passará a ter 21 dias em vez de 14. O aumento do período faz parte de uma nova orientação da Secretaria de Saúde (SES)

Todos vão precisar passar por uma triagem, realizada por equipe formada por médicos, enfermeiros e outros profissionais da área, como ocorre no Centro de Detenção Provisória (CDP) e Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF). Após o período, os presos serão realocados nas unidades prisionais e poderão ficar junto dos demais internos. 

“Recebemos uma média de 130 presos semanalmente. Com as novas vagas, vamos utilizar uma logística ainda mais eficiente para que todos que já se encontram nos presídios não tenham contato com o vírus”, explicou o subsecretário do Sistema Penitenciário, o delegado Adval Cardoso.

Diagnosticados

O segundo bloco será designado para alojar os reeducandos diagnosticados com o vírus e que não estejam graves. “Todos que testaram positivo serão direcionados para este bloco. Desta forma, poderão ter um acompanhamento mais próximo das equipes de saúde e seguirão regras de protocolos mais rígidos”, disse Adval.

Com os quatro novos CDPs, após a inauguração completa da obra, serão criadas 3,2 mil novas vagas. Vão ser 16 módulos de vivência mais modernos e com capacidade para 200 internos cada um. 

Solidariedade

A limpeza de celas, alas, pátios e viaturas foi reforçada. As contribuições recebidas ajudaram com a medida. O Sindicato do Comércio Atacadista do Distrito Federal (Sindiatacadista-DF)  doou uma tonelada de sabão em pó. 

Quatro mil litros de água sanitária, produto apontado pelos órgãos oficiais de saúde para higienização efetiva de ambientes, foram entregues Câmara de Diretores Lojistas do Distrito Federal (CDL – DF).

O Corpo de Bombeiro Militar do Distrito Federal (CBMDF) produziu 200 litros de álcool etílico 70% e álcool glicerinado – que substitui o produto em gel – para as unidades prisionais. 

A fabricação foi possível através de uma parceria firmada com um laboratório farmacêutico e começou a ser produzida por conta da dificuldade de aquisição dos produtos. “Diante de uma crise precisamos unir esforços e buscar soluções. A integração dos órgãos de Segurança se faz em todas as situações”, afirmou o secretário Anderson Torres.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) também repassou à Sesipe equipamentos de proteção individual (EPIs) para ajudar com a proteção dos servidores. São máscaras, luvas e álcool em gel, objetos que foram divididos entre as unidades prisionais. O material, de acordo com informações do MJSP, foi adquirido de forma conjunta do ministério com outras pastas.

Outras ações

As visitas aos presídios estão suspensas desde o último dia 12 de março e fazem parte do conjunto de medidas de combate à pandemia do conavírus. Para compensar esta medida dos encontros com familiares e amigos e aumentar o tempo de ventilação dentro das celas, o banho de sol teve horário estendido. Passou de duas para três horas, dentro da possibilidade de cada presídio.


Outra medida estabelecida para possibilitar o contato entre internos e familiares é o envio e recebimento de cartas por meio de aplicativo de mensagens a partir desta semana, em cumprimento à determinação da juíza da Vara de Execuções Penais (VEP), Leila Cury.
 
Cada presídio recebeu quatro celulares para essa ação. Os sentenciados escrevem as cartas, que são analisadas pelas equipes dos núcleos de visitas, e enviam para o número cadastrado no sistema de visitantes. Os familiares podem responder a mensagem, que, após avaliação, poderá ser impressa e entregue ao sentenciado. Internos em quarentena ou contaminados pela Covid-19 também estão contemplados com a medida. 

Independentemente das mensagens, as informações do estado de saúde de cada um estão sendo repassadas às famílias através das equipes das unidades prisionais. Ligações telefônicas aos familiares são permitidas exclusivamente aos internos idosos, alocados no Bloco 5 do Centro de Detenção  Provisória (CDP), que cumprem pena na Ala de Tratamento (ATP) na Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF), bem como aos custodiados em hospitais.

Com informações da Agência Brasília



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