Cidades

Eixo capital

Correio Braziliense
postado em 25/04/2020 04:07

Bolsonaro subestimou Moro
 
O presidente Jair Bolsonaro subestimou a força de Sergio Moro, a popularidade e a biografia do juiz da Lava-Jato. Transformou o ex-juiz em um grande antagonista, um adversário para as próximas eleições e um desconforto para os próximos meses. Impossível entender como um político com cinco mandatos de deputado federal cometeu um erro de cálculo como esse. Perdeu o brilho de sua gestão e vai perder eleitores, discípulos e aliados. Quem o apoiou pelo discurso de combate à corrupção. 




Críticas por posturas de esquerda
 
No fim das contas, Sergio Moro, considerado pelos petistas o algoz de Lula, foi criticado por defender bandeiras da esquerda. Jair Bolsonaro reclamou de que a Polícia Federal se interessou mais pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (foto) do que por seu atentado na campanha eleitoral. Também citou a postura intransigente de Moro na indicação da especialista em segurança pública Ilona Szabó, vetada no início do governo, por ser a favor do aborto. No pronunciamento ontem, Bolsonaro citou o episódio: “Uma senhora, ou senhorita, que tem publicações a favor do aborto e ideologia de gênero”. E Moro ainda comentou, quando anunciou a saída do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que nunca houve tentativa de interferência na PF como a de Bolsonaro, nem mesmo no governo de Dilma Rousseff, alvo da Lava-Jato.



Embarque cancelado

Na Polícia Federal, muita gente acreditava que o delegado Maurício Valeixo assumiria uma adidância ao deixar o comando da PF, como Fernando Segovia que foi para a Itália. Provavelmente em Portugal, que está para vagar. Mas agora... ficou difícil.



Trombada

Sergio Moro mostrou sua contrariedade com Anderson Torres, secretário de Segurança Pública do DF ao se referir a ele como “um delegado que passou mais tempo no Congresso”. Os dois não se bicam. Torres e seu chefe, Ibaneis Rocha, lideraram movimento de governadores pela divisão do Ministério da Justiça e Segurança Pública. 



Machismo explícito 

Pegou mal o presidente Jair Bolsonaro dizer em pronunciamento oficial, em momento tão grave, que o filho 04, Jair Renan Bolsonaro, “saiu com metade do condomínio” da família na Barra da Tijuca e, se namorou a filha de um miliciano, não se lembra. Não é a postura que se espera de um estadista. 



Siga o dinheiro

R$ 468.369,00

Aquisição, por inexigibilidade de licitação, em caráter emergencial, de máscaras cirúrgicas para atuação do Corpo de Bombeiros no combate ao novo coronavirus.



 A pergunta que não quer calar….

O presidente Jair Bolsonaro vai cumprir a ordem do governador Ibaneis Rocha, prevista em decreto, de usar máscara em público?




Destoando

Chamou a atenção a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, ontem no pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro sobre o adeus de Sérgio Moro. Cotado para entrar na galeria dos ex-ministros, ele era o único de máscara. Estava sem sapatos, só de meias, sem terno e com cara de: “o que estou fazendo aqui?”. Louco para voltar ao confinamento.




Homenagem coletiva a Niemeyer 
 
Com as linhas de uma Flor do Cerrado, a Torre Digital do DF foi batizada ontem de Torre de Transmissão Digital Oscar Niemeyer. O arquiteto mais famoso do país é autor do projeto do monumento. A realização é um mérito do esforço do jornalista Silvestre Gorgulho, quando foi secretário de Cultura no governo de José Roberto Arruda, do próprio ex-governador e do então presidente da Terracap, Antônio Gomes. A homenagem é fruto de um projeto do presidente da Câmara Legislativa, Rafael Prudente (MDB), aprovado pelos distritais e sancionado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB). Por incrível que pareça, este é o primeiro monumento com o nome de Niemeyer em Brasília.



Só papos



”Por favor, aceite o Ramage (Alexandre Ramagem) e vá em setembro para o STF. Eu ajudo”

Deputada Carla Zambelli (PSL-SP), referindo-se ao delegado cotado para a direção-geral da PF




"Prezada, não estou à venda”

Ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro




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