Correio Braziliense
postado em 25/04/2020 04:07
Nos primeiros dias do ano, Brasília comemorava o posto de 4° destino mais procurado por brasileiros em 2019, segundo levantamento do site Google. O entra e sai de pessoas, facilitado pelo posicionamento estratégico da capital federal, movimentava não apenas a cidade, mas também a economia do setor turístico local. Realidade que perdeu velocidade com o fechamento do comércio e o cancelamento de eventos em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Para retomar o ritmo, Secretaria de Turismo e o trade local planejam a remarcação de eventos como congressos e feiras tradicionais para o segundo semestre de 2020.
A partir do mês de agosto, quatro grandes eventos estão com novas datas. O III Simpósio Internacional de Segurança foi remarcado para os 4 e 5 de agosto; o 14º Salão do Artesanato será entre os dias 2 e 6 de setembro; o 52º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal, de 29 a 31 de outubro; e a Expotchê, de 27 de novembro a 6 de dezembro.
De acordo com a pasta, juntos, esses eventos podem gerar mais de 13 mil empregos diretos e indiretos, além de movimentar cerca de R$ 27 milhões. Os cálculos foram feitos com a base de dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas e projeções ajustadas de edições anteriores relativas aos mesmos eventos.
“O turismo é, sem dúvida alguma, um dos setores mais impactados e, mais do que nunca, precisa de muita união e muita providência. Nós lançamos um movimento com 19 entidades do trade e iniciamos uma série de ações concretas, inclusive com o lançamento de produtos para o nosso público interno, o turismo interno. Nós acreditamos que, da mesma maneira que o setor foi duramente prejudicado, a possibilidade de recuperação é efetiva”, declarou a secretária de Turismo, Vanessa Mendonça.
A parceria intitulada “Juntos por Brasília, juntos pelo turismo” engloba os setores hoteleiro, gastronômico, produção de eventos, associações e federações ligadas ao setor e ensino superior, além de diversos sindicatos do ramo.
Queda brusca
Em 2019, a média de ocupação do setor hoteleiro foi de 58,7%. A receita com as diárias de hotel movimentou mais de R$ 272 milhões. Para este ano, a expectativa da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) era de que a ocupação média da rede hoteleira fosse 8% maior, comparado com os dois anos anteriores. Com a crise que acompanha o estado de calamidade da saúde pública, segundo Patrick Mendes, CEO da Accor na América do Sul, uma rede multinacional de hotéis, em março o setor calculava uma queda de 90% nos negócios.
Para decretar estado de calamidade pública, a partir das expectativas do Banco Central sobre a queda de arrecadação do Produto Interno Bruto (PIB), com base na perda de arrecadação do ICMS e do ISS, o GDF previu a possibilidade de variação negativa nos setores de vestuário, restaurantes, turismo, hotelaria e diversão de 10% a 20% num melhor cenário, ou de 30% a 41% num quadro de agravamento da crise econômica. A estimativa de queda no faturamento durante o período de isolamento social para setores de diversão, turismo e hotelaria pode variar de 40% a 80%.
Transporte
O ramo de transporte também foi afetado pela pandemia. Somente em fevereiro, conforme a Inframerica, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de Brasília, o movimento no terminal sofreu queda de cerca de 200 mil passageiros. Em janeiro, mais de 1,5 milhão de pessoas passaram pelo terminal. Para atender à demanda do mês, as companhias aéreas incluíram 554 voos extras, à época. Os dados referentes ao mês de março, período de maior redução de circulação de pessoas devido ao isolamento social aplicado em todos os estados, devem ser fechados na próxima segunda-feira.
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