Correio Braziliense
postado em 28/04/2020 04:07
Apesar da mobilização em torno da dengue no Distrito Federal ser antiga, o número de casos registrados continua a aumentar. Em meio à luta contra o coronavírus, a doença causada pelo mosquito Aedes aegypti foi responsável por 12 mortes e 19.378 diagnósticos no DF até agora, um aumento de 74,45% no número de casos em relação ao mesmo período de 2019, quando foram registrados 11.108 casos prováveis. Já outras arboviroses como chikungunya e zika apresentaram queda.
De acordo com a Secretaria de Saúde, tem-se verificado a predominância da dengue tipo 1 (DenV-1), na capital. A incidência faz com que a proliferação seja maior, porém, com casos de menor gravidade. “A partir do momento que tem subtipo viral circulando, as pessoas vão se imunizando para aquele tipo específico. Mas quando há qualquer mudança, a doença passa a ser mais perigosa”, explica a infectologista Valéria Paes. Por isso, ao apresentar sintomas como febre, dor de cabeça e no corpo, além de mal-estar e indisposição, a médica aconselha que o paciente procure um hospital. “Durante essa fase de coronavírus, as pessoas têm medo de ir ao médico. Porém, caso apresentem sintomas de gravidade, é essencial fazer uma avaliação para começar o tratamento correto”, indica Valéria.
Para enfrentar a questão, a Secretaria de Saúde adota medidas administrativas necessárias à contenção da epidemia, em especial a aquisição de insumos e produtos, além da contratação de serviços e de pessoal. Diariamente, o carro fumacê (UBV) tem circulado por todas as regiões administrativas, no início da manhã e ao final do dia. Além disso, 600 agentes foram contratados para vistoria em imóveis e orientações sobre como combater o mosquito.
Medo
Apesar de todos os cuidados em casa para evitar o foco de mosquitos da dengue, Augusto Costa, 32 anos, foi vítima da doença. Isso porque, no local onde trabalha, em Ceilândia, foram registrados 2.441 casos, região com o maior número de incidências. “Sou agente da estação do metrô da região, e no local onde trabalho tem muito mosquito”. Mesmo com o uso constante da raquete elétrica, para matar os insetos, e do repelente, ele foi infectado pelo mosquito. “Tive que ficar 10 dias afastado”, contabiliza.
Febre, dor no corpo, vômitos e indisposição foram os principais sintomas que Augusto relatou. “Também não conseguia comer direito”, relembra. Para a recuperação, bastante água e remédios para febre e dor no corpo. “Não gostaria de passar por isso nunca mais. Além dos cuidados que já tomava para ir trabalhar, agora visto também camisetas com mangas longas, para evitar qualquer tipo de exposição”, revela.
A moradora do Gama, segunda região com o maior número de casos (2.074), Thais Marques, 21, só acreditou que estava com dengue depois dos exames. No início do ano, a estudante acordou com uma forte dor abdominal. “Fui à emergência e o médico me pediu alguns exames laboratoriais, mas também não desconfiou que poderia ser dengue, pois a minha queixa principal era a dor abdominal, e não é o sintoma mais comum”, relatou. “Quando os resultados dos exames saíram, o médico percebeu que os leucócitos estavam muito baixos e só então começou a ver a possibilidade de ser dengue”, disse Thais. Os sintomas persistiram por cerca de cinco dias, e com os cuidados necessários a estudante se recuperou.
- Carro fumacê
O fumacê é uma estratégia encontrada para matar os mosquitos. O carro emite fumaça com baixas doses de um agrotóxico que permite eliminar a maior parte dos mosquitos adultos presentes na região. - Ranking
Regiões com maior incidência de dengue no DF
Plano Piloto, Varjão do Torto, Candangolândia, Guará, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo 1, Itapoã, Paranoá, São Sebastião, Fercal, Planaltina, Sobradinho 1, Sobradinho 2, Brazlândia, Ceilândia, Recanto das Emas, Samambaia, Taguatinga, Vicente Pires, Gama e Santa Maria. - Combate ao Aedes aegypti
» Mantenha caixas d’água, tonéis e barris de água tampados;
» Mantenha garrafas de vidro ou plástico sempre com a boca para baixo;
» Encha os pratinhos ou vasos de planta com areia até a borda;
» Limpe as calhas com frequência, evitando que galhos e folhas impeçam a passagem da água;
» Em caso de identificação de focos do mosquito, acione a Vigilância Ambiental pelo telefone 160.
Fonte: Secretaria de Saúde
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