DER derruba construções irregulares em Sobradinho

Mais de 20 pessoas moravam no local havia mais de 18 anos, segundo informou uma fonte ao Correio. Departamento de Estradas de Rodagem esclareceu que as faixas de domínio não são locais apropriados para residências

Correio Braziliense

postado em 29/04/2020 21:51

Funcionários do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER) derrubaram, nesta quarta-feira (29/4), barracos de uma ocupação irregular na faixa de domínio da VC-249, próximo à Rezende Materiais de Construção, em Sobradinho. A operação envolveu dois agentes de trânsito, cinco auxiliares, cinco fiscais de faixas, um operador de máquina e dois policiais militares. 

 

Após a derrubada, moradores entraram em contato com uma mulher, que preferiu não revelar a identidade, para relatar o ocorrido. Ao Correio, ela disse que cerca de 20 pessoas estavam abrigadas no local há mais de 18 anos. “Eu conheço as famílias há muito tempo. Depois que as máquinas derrubaram os barracos, eu fui até eles entregar alguns alimentos. Neste momento, eles estão debaixo de uma tenda, sem saber para onde ir”, afirmou.

Por meio de nota oficial, o DER informou que, durante a ação, foram retirados seis barracos e, na próxima semana, mais três serão derrubados. O superintendente de operações do DER, Murilo de Melo Santos, ressaltou que ações como essas são necessárias para evitar situações piores. “As faixas de domínio não são locais apropriados para residências, e o agravante aqui também é o acúmulo de lixo, que pode resultar em várias doenças, inclusive a dengue”, destacou. 

 

Questionamento  

Contudo, a mulher reclama sobre a falta de orientação do órgão sobre onde as famílias podem buscar apoio. “Lá, eles disseram que a Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab) era responsável pelo acolhimento”, disse. Questionado sobre a situação, o DER informou que não cabe ao órgão orientar a população, mas “apenas a parte da retirada das invasões”. 

 

Em um vídeo, uma das moradoras aparece com um bebê no colo questionando a ação do DER. Na filmagem, a qual a reportagem preferiu não divulgar para preservar a identidade do bebê, a mulher detalha o ocorrido. "Minha criança nasceu aqui e toda minha família morava nesse lugar. Eles (DER) chegaram sem nem avisar de que iria derrubar e, agora, vou passar a noite no relento", conta.