Cidades

Mil nomeados em 4 meses

Convocados têm até 30 dias corridos para tomarem posse. Eles são mais um reforço no combate à Covid-19 no DF. Desde o início da pandemia, 132 profissionais da Secretaria de Saúde foram afastados do trabalho por terem contraído a doença



A rede de saúde pública do Distrito Federal ganhou reforço de mil profissionais nos primeiros quatro meses deste ano. Na última terça-feira, 151 aprovados em concurso foram nomeados, desses 145 são médicos. Os novos servidores têm até 30 dias corridos para serem empossados e darão reforço no combate ao novo coronavírus no DF. Desde o início da pandemia, 132 servidores da área precisaram ser afastados do trabalho por terem contraído a Covid-19.

A data do curso de acolhimento, que é obrigatório, ainda será definida. Esta é a sexta publicação feita no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) para a contratação de profissionais da saúde em 2020. A maioria é composta por médicos de emergência e médicos da família e comunidade.

Para o secretário de Saúde, Francisco Araújo, todas as nomeações representam um ganho para o fortalecimento do combate à pandemia da Covid-19 no DF. “Há um esforço de gestão para garantir o melhor atendimento à população, e isso passa pelo reforço de mais profissionais na rede pública”, ressaltou.

Ao todo, foram contratados 773 médicos, 152 enfermeiros, 74 especialistas em saúde e um técnico em saúde este ano. As áreas que tiveram o maior reforço foram: emergência, saúde da família e comunidade, anestesia e farmácia. De acordo com a subsecretária de Gestão de Pessoas da Secretaria de Saúde, Silene Almeida, os convocados vão fortalecer a atenção primária, secundária e hospitalar. “De forma que deixe a rede mais robusta e preparada para os grandes desafios, como a pandemia que assola o mundo”, ressaltou.

Diagnósticos


Das pessoas diagnosticadas no DF (1.476) com o novo coronavírus, 933 informaram qual profissão exercem. Do total, 14% são profissionais da saúde. No âmbito da segurança pública, há 143 (15%) pessoas infectadas. Na sexta-feira da semana passada, o governador Ibaneis Rocha (MDB) sancionou lei que prevê testagem para todos servidores da capital a cada 15 dias ou com a frequência que o Executivo entenda a necessidade para o controle de casos. Até o momento, 3.609 funcionários públicos passaram pela análise.

Um enfermeiro da rede privada de saúde da capital, que preferiu não se identificar, contou ao Correio que quatro colegas de trabalho foram infectados pelo novo coronavírus. De acordo com ele, o clima no trabalho está pesado desde o início da pandemia. “Estamos sob muito estresse e preocupados. Seguimos todas as orientações para evitar uma contaminação ao máximo”, afirmou.

Um outro profissional, da área de radiologia do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), que também preferiu manter a identidade em sigilo, conta que os servidores estão aflitos. “Têm vários colegas com medo de trabalhar. Além disso, há todo tipo de situação na unidade, como pessoas, que deveriam estar de repouso, circulando. A cada dia, recebemos notícias de mais colegas de profissão infectados”, lamentou.

Disseminação


Para evitar a propagação do coronavírus, servidores do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) estão hospedados no Hotel Saint Paul, na Asa Sul. Ao todo, 26 profissionais estão instalados na unidade desde 28 de abril. Nos próximos dias, a expectativa é de que mais trabalhadores da Saúde passem a ficar nas acomodações. A medida ainda pode ser estendida para funcionários de outras unidades da capital.

Os critérios de seleção para as hospedagens são: servidores que residem com pessoas em grupo de risco e que estejam em contato direto com os pacientes com Covid-19. A hospedagem faz parte de ações para beneficiar trabalhadores que estão na linha de frente contra a pandemia. O deputado distrital José Gomes (PSB) doou as diárias, pelo prazo de trinta dias. Até o momento, 13 médicos, quatro enfermeiros e nove técnicos de enfermagem estão hospedados. Eles foram selecionados pela direção do hospital, que deu prioridade para aqueles que já estavam em hotéis, mas pagando com recursos próprios.

  • Higienização

    Os condomínios residenciais do DF estão obrigados a higienizar portas, maçanetas, corrimãos, puxadores, interfones e elevadores para evitar a disseminação do novo coronavírus. O projeto de lei sancionado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) foi publicado ontem no Diário Oficial do Distrito Federal. A medida é de autoria do deputado distrital Reginaldo Sardinha (Avante). De acordo com a norma, a desinfecção deve ser feita a cada duas horas, das 6h às 22h, com álcool 70% ou material capaz de exterminar o coronavírus. Caso algum complexo residencial desobedeça a lei, poderá pagar multa de R$ 2 mil. Em caso de reincidência, o valor poderá dobrar. A medida tem validade temporária, por seis meses, mas pode ser renovada enquanto durar a pandemia. Ainda não foi definido, no entanto, como será feita a fiscalização.