Correio Braziliense
postado em 03/05/2020 04:15
Em meio à pandemia do novo coronavírus, a taxa de isolamento social, única medida comprovadamente eficaz para combater a doença, caiu em todo o país. No Distrito Federal, que soma 1.605 casos confirmados e 32 mortes, o índice teve redução de 51,9% para 49,31%. A Secretaria de Saúde defende que o ideal seria que a taxa estivesse, pelo menos, em 70%. Entretanto, a capital ainda é unidade da Federação que mais respeita as medidas de restrição.
O levantamento é feito por uma empresa de softwares que reúne informações coletadas de localizadores dos aparelhos celulares. De acordo com a pesquisa, Pernambuco está em segundo lugar do ranking, com 47,17% na taxa de isolamento social. Em seguida, está o Pará (45,63%), Ceará (45,18%), Maranhão (44,84%) e Rio de Janeiro (43,67%). Os estados mais críticos são Mato Grosso do Sul (29%), Mato Grosso (31,12%) e Tocantins (32%).
Na quinta-feira, a empresa divulgou outro levantamento mostrando que as regiões administrativas que menos têm respeitado o isolamento social são o Itapoã (42,8%), Plano Piloto (46,5%) e Lago Norte (49,6%). Em primeiro lugar está o Riacho Fundo 2 (86,8%), seguido por Varjão (80,7%) e Paranoá (75,8%).
A infectologista do Hospital Regional da Asa Norte e da clínica Quality Life, Joana D’arc Gonçalves da Silva, ressalta que o distanciamento e o isolamento social são a única maneira conhecida de combater o novo coronavírus. De acordo com a estudiosa, o Distrito Federal precisa de preparo e de educação continuada para a retomada das atividades. “O comércio precisa abrir em algum momento. Estamos muito preocupados com a forma que isso vai acontecer”, ressaltou.
Joana explica que as pessoas que precisam sair de casa têm que ter consciência de lavar as mãos e manter a postura de evitar comprimentos, como abraços. “Já estamos sentindo o aumento de pacientes com síndromes respiratórias, e novos casos estão chegando na periferia”, alertou. De acordo com ela, a taxa de letalidade no DF é baixa, e se o governo decidir pelo fim da quarentena, deverá ter cautela e planejamento, para que não ocorram retrocessos.
Mais uma vítima
A 32ª morte por coronavírus no Distrito Federal foi de uma jovem de 22 anos. Ela é a vítima mais jovem da doença na capital. De acordo com informações da Secretaria de Saúde, ela morava em Samambaia e tinha microcefalia e paralisia cerebral, comorbidades que agravam a doença. Ela começou a apresentar os sintomas em 22 de abril, e estava internada desde então no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). O óbito aconteceu na sexta-feira.
Dos 1.605 casos diagnosticados no DF, 952 são considerados recuperados, ou seja, cerca de 60% do total. Ao todo, 97 pacientes estão internados em unidades de saúde. Desses, 43 têm quadro de saúde considerado crítico e estão em unidades de terapia intensiva. O restante segue em enfermarias.
Boletim da Secretaria de Saúde mostra que, até o momento, 43.707 pessoas passaram por exame na capital. Além disso, a maioria dos diagnosticados, 475, têm idade entre 30 a 39 anos. O segundo grupo etário com mais infectados tem idade entre 40 e 49 anos e soma 347 infectados. Além disso, há 199 pacientes com mais de 60 anos, considerados do grupo de risco.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.