Cidades

Tempo frio acende o alerta

Pessoas com problemas respiratórios sofrem mais em baixas temperaturas, que favorecem males como gripe e resfriado. Em meio à pandemia, vários sintomas podem ser confundidos com os da Covid-19. Saiba como identificar doenças e quando procurar ajuda

Correio Braziliense
postado em 04/05/2020 04:14
O outono brasiliense aproxima-se do fim, e a friagem intensifica-se na capital federal

As temperaturas começaram a cair no Distrito Federal. À noite, algumas cidades têm registrado temperatura média abaixo dos 20ºC. Em outras, como Gama e Águas Emendadas, no Paranoá, a taxa chega a 15ºC. De acordo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o clima está em período de transição, e as massas de ar frio entrando pelo Sul do país atingem a região Centro-Oeste, resultando em ventos gelados.

Para hoje, a previsão é de céu claro a parcialmente nublado. As temperaturas ficam entre 14ºC e 28ºC. Tem quem prefira o tempo assim, ainda mais em época de isolamento social, para ficar em casa. Pessoas com algum tipo de problema respiratório, no entanto, padecem. Espirros constantes, nariz congestionado e tosses fazem parte da rotina desse grupo.

  Diagnosticado com rinite e sinusite, o professor Tiago Oliveira, 35 anos, sofre com o frio. Durante a noite, a dificuldade é ainda maior. “O nariz fica entupido e preciso dormir com a boca aberta para conseguir respirar. Isso prejudica minha garganta e acaba interferindo no meu trabalho porque preciso falar o tempo inteiro”, conta. Recentemente, ele descobriu que, além das duas doenças respiratórias não alérgicas, tem rinite vasomotora, inflamação das membranas que estão no interior do nariz.

“Nem os médicos conheciam isso direito. Com a mudança de temperatura, fico espirrando, o rosto coça, dói. Para dormir, preciso ficar bem agasalhado e, às vezes, tapar a cabeça”, relata. Para aliviar as dores e os sintomas, o educador usa spray nasal e faz limpeza no nariz com soro fisiológico. Além disso, em dias comuns, para não pegar gripe nem resfriado, evita tomar coisas geladas, como sorvete. Água, bebe apenas natural.

Imunidade em risco

A doméstica Nara Lúcia Mello, 55 anos, teve três pneumonias. A chegada das baixas temperaturas tem um significado negativo para ela: sofrimento. Ela morou por 24 anos em Porto Alegre e voltou para Brasília, onde viveu por um tempo, em março de 2019. A mudança do clima afetou a saúde respiratória dela. “Eu não estava mais acostumada com a seca”, diz. Devido à pandemia do novo coronavírus e por ser do grupo de risco, ela não tem saído de casa, na Colônia Agrícola Vicente Pires.

Nara conta com os dois filhos, que moram em outra região, para fazerem compras e resolverem assuntos fora. “Isso tudo me deixa amedrontada. Depois das três pneumonias, não posso bater na porta de um hospital, agora”, declara. Quando fica resfriada, a doméstica tenta tratar em casa. “Tomo suco de limão todos os dias. Isso não pode faltar nunca na minha cozinha. Sou nova, mas tenho imunidade muito baixa”, afirma.



Teleatendimento

Sempre que tem rinite, a psicóloga Alessandra Araújo, 44, vai ao médico. Ela conta que não é todo ano que os sintomas da doença aparecem, mas, geralmente, no período de frio, sente coceiras e dores no rosto, além de falta de ar. Mesmo com sintomas recorrentes, ela procura orientação médica. Alessandra lembra-se de que uma vez repetiu uma medicação prescrita por um médico em outro período, resultou em laringofaringite, inflamação na região das cordas vocais. “A rinite desceu para a laringe e me deixou ainda pior”, recorda. Com o isolamento social, ela recorreu ao teleatendimento.

Assim, recebeu um especialista em casa. “Comprei o remédio, indicado para este momento, comecei a tomar e estou abusando da hidratação, que ajuda nesses tratamentos respiratórios”, diz. As crises de rinite começaram a se desenvolver há pouco mais de seis anos, quando teve contato com uma parede mofada em casa. “Eu morava no local, mas não sentia o cheiro do mofo. Por causa da respiração naquele ambiente, fiquei contaminada e, com o passar do tempo, a doença se desenvolveu. Às vezes, sou pega de surpresa. Parece um resfriado comum, mas tem diferenças”, percebe a psicóloga.




40% 
aumento da procura por hospitais públicos do DF por suspeitas de doenças respiratórias na época de frio
Fonte: Secretaria de Saúde do Distrito Federal


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