Cidades

Comércio se prepara para o pior Dia das Mães desde a fundação de Brasília

Perspectiva do Sindivarejista é de que o Dia das Mães deste ano tenha a pior arrecadação para o comércio do DF em 60 anos

Correio Braziliense
postado em 05/05/2020 06:00
Lojas apostam nas vendas pela internet para diminuir os impactos da crise provocada pelo coronavírusO Dia das Mães deste ano entrará para a história do comércio do Distrito Federal como o pior desde a fundação de Brasília. A data comemorativa é a segunda de maior relevância em termos de arrecadação para o varejo, ficando atrás apenas do Natal. No entanto, de acordo com o Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista), o prejuízo previsto para a festividade em 2020 não tem precedentes.

Para a entidade, ainda não há como quantificar o impacto econômico em função do fechamento do comércio provocado pela pandemia do novo coronavírus. Entretanto, o faturamento de mais de R$ 90 milhões alcançado no ano passado é uma realidade impossível. “As lojas estão fechadas. Este ano, o varejo vai amargar um prejuízo muito grande neste período. Economicamente, para nós, esta data, simplesmente, não vai existir”, afirmou o presidente do Sindivarejista, Sebastião Abritta. Ele calcula que, pelo menos, 20 mil pessoas perderam o emprego em diferentes setores da cadeia produtiva

Sem poder abrir as portas, empresas buscam minimizar os danos da crise por meio do comércio eletrônico. “O varejo está tendo que se reinventar, com vendas pela internet e delivery”, avaliou Abritta. Marcela Reis, 37 anos, é dona de uma loja de roupas na 112 Sul. Fundada pela mãe da empresária há 40 anos, o estabelecimento está fechado há cerca de dois meses e nos primeiros dias, o faturamento quase zerou. Marcela acredita que terá um prejuízo de 80% no Dia das Mães. “Acho que não vamos vender nem 15% do que vendemos normalmente na data”, lamentou.

Para tentar diminuir o impacto das medidas de restrições no comércio implementadas no DF, a empresária colocou em prática planos que estavam parados. “Com a loja fechada, nós não conseguimos vender muito, porque roupa não é um bem essencial que as pessoas estejam precisando no momento. Éramos uma loja que não tinha o site funcionando e, agora, estamos trabalhando com atendimento pela internet há cinco dias. Era um projeto antigo, que estava um pouco engavetado, mas corremos, e colocamos para funcionar neste período. Estamos atendendo os clientes por meio do WhatsApp também”, explicou.

Além disso, Marcela fez parcerias com outros empresários, como forma de fortalecer o comércio local e reduzir os impactos da pandemia no varejo. “Fizemos parceria com lojas de outros seguimentos da cidade, como de flores e chocolate. Para dar uma experiência legal para o cliente, na qual ele consiga comprar um presente mais completo. Acredito que unindo os comerciantes do DF, a gente consiga sair desta crise mais rápido”, defendeu Marcela.

Contra a corrente
Em meio às incertezas e perspectivas negativas, há quem consiga alcançar resultados inesperados. Dona de uma marca de joias, Isabella Nasser, 36, teve um aumento de 20% nas vendas em relação ao ano passado. “Eu sempre vendi pela internet. De início, achei que poderia ser um problema não ter o atendimento físico, mas não foi, porque já tinha experiência com o comércio on-line. O meu medo era mais em relação ao humor das pessoas para comprar joias em um cenário como este. Mas, desde março, tenho tido um ótimo resultado. Maior, inclusive, do que em 2019. Meus clientes ficaram um pouco sem saber o que aconteceria em um primeiro momento, no entanto, depois, o movimento voltou completamente. Esse fator de vender pela internet foi muito importante”, analisou a empresária. Até o fechamento do comércio não essencial, Isabela vendia suas peças em um escritório, no Lago Sul.

Procurado pelo Correio, o Governo do Distrito Federal (GDF) afirmou, em nota oficial, que reabertura do comércio acontecerá a partir de 11 de maio, e levará em consideração avaliações de especialistas, critérios científicos e dados técnicos. De acordo com o GDF, a manutenção do funcionamento dos estabelecimentos comerciais dependerá do cumprimento das medidas que o Executivo local vier a estabelecer para garantir a segurança da população.

Segundo o Palácio do Buriti, algumas das regras que deverão ser adotadas pelas empresas são: o uso obrigatório de máscaras por funcionários e clientes, manter o distanciamento social dentro dos estabelecimentos e fazer a testagem dos colaborados para detecção do coronavírus. Álcool em gel e equipamento para aferição de temperatura também deverão estar disponíveis em todas as lojas.

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