Cidades

Otimismo no setor de imóveis

Correio Braziliense
postado em 06/05/2020 04:07

Mesmo diante da crise causada pelo novo coronavírus, os mercados imobiliário e da construção civil seguem otimistas. Apesar de a economia sofrer perdas no período, muitos aproveitam para realizar o sonho da casa própria. Em entrevista ao CB.Poder, uma parceria do Correio com a TV Brasília, o presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi/DF), Eduardo Aroeira, contou que a busca por imóveis continua em alta na capital federal.
 
Fatores como inflação e juros baixos e opções variadas de financiamento favorecem o mercado, que está entre um dos poucos que ainda não sofreu grandes impactos com o isolamento social. No entanto, devido à pandemia, 8,3% dos trabalhadores perderam o emprego no setor.

Antes da declaração de pandemia, o mercado imobiliário do DF vinha em crescimento. Qual é o impacto hoje?
Viemos de uma recuperação importante desde 2019 e que persistiu nos primeiros meses de 2020, mas o que consideramos mais importante é que o setor da construção civil permaneceu em funcionamento. Isso é e será muito importante para a recuperação do mercado imobiliário.

As obras continuaram em andamento?
Sim. No DF e na maioria dos estados do país, a construção civil foi liberada para trabalhar, principalmente por suas características, primeiramente, econômica, mas não prioritária, é que mantém muitos empregos. Outra característica é um trabalho não confinado e, também, o perfil dos trabalhadores. Segundo o Seconci (Serviço Social da Indústria da Construção Civil do DF), acima dos 65 anos na construção civil, temos menos de 4% dos trabalhadores. Esses, pudemos mandar para casa, de férias.

Nos canteiros de obras, estão sendo tomadas as medidas da Anvisa?
Temos três providências: higienização constante dos ambientes, manter o afastamento e utilização de máscara.

É momento para comprar imóveis?
Durante a pandemia, assim como num momento comum, recomendamos cautela. Porém, acreditamos que ainda é o momento. Essa crise é muito mais dolorosa do que as outras, acreditamos que o segmento tem condições de superá-la com mais facilidade do que nos anos anteriores.

Existe uma oferta restrita para quem quer comprar a casa própria agora?
Exatamente. Temos condições macroeconômicas que nunca tivemos no país. Inflação baixa, taxa Selic baixa, que significa que investimento de renda fixa são pouco favoráveis. Também temos, no mínimo histórico, partir de 6,49%, taxa de financiamento imobiliário para pessoas que querem adquirir um financiamento para comprar a casa própria, não necessariamente um investidor.

Quem compra imóvel para investimento, para alugar, o valor do aluguel significa um rendimento mais ou menos de quanto?
No Plano Piloto, aumentaram compras e vendas, uma vez que, hoje, a rentabilidade do imóvel está em cerca de 0,5%. Então, o aluguel volta a ser um bom investimento nesse período de pandemia.

As taxas de juros oferecidas pelos bancos são as menores da história?
Perfeito. Além disso, para ter ideia de quão baixa está essa taxa, o programa Minha Casa, Minha Vida, faixa 3, tem taxa de juros em 6,86%, ou seja, está inferior a um programa habitacional do governo.

Como está a demanda via internet?
Aquela primeira semana em que o GDF fechou tudo, a procura por imóvel caiu; presencial, nem se fala. As vendas caíram bastante. O que temos percebido é que a procura digital tem se recuperado rapidamente. Hoje, temos mais leads (possíveis clientes) do que a média do primeiro trimestre de 2019.

Onde existem boas opções de compra de imóveis no DF?
Para imóveis econômicos, Ceilândia, Samambaia e Gama estão entre as cidades que mais oferecem boas oportunidades para os moradores do DF. Para a classe média, pela primeira vez, em anos, tivemos grandes lançamentos em Águas Claras. De alto padrão, temos alguns poucos residenciais na Asa Sul, Asa Norte, mas o grande volume é o Noroeste.

A ação dos bancos evitou demissão no setor ou vocês tiveram de cortar profissionais?
O BRB e a Caixa foram fundamentais para a manutenção dos empregos. A pesquisa contratada da Ademi/DF mostra que apenas 8,3% das nossas empresas demitiram devido ao coronavírus. Para nós, é um sucesso absoluto. No mercado da construção civil, temos 45 mil trabalhadores diretos.



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