Cidades

Dupla de falsos investidores é presa em hotel de luxo da Asa Sul

Os estelionatários fingiam estar interessados em realizar investimentos no setor imobiliário para conseguir aplicar golpes em empresários. Os suspeitos são conhecidos por já terem feitos diversas vítimas em outros estados, como Pará e Bahia

Correio Braziliense
postado em 06/05/2020 20:59
Os policiais encontraram com os golpistas dinheiro, celulares e documentos de pessoas que já morreramDois estelionatários foram presos em flagrante na terça-feira (5/5), em um hotel de luxo da Asa Sul. Eles estavam hospedados na capital federal com o objetivo de aplicar golpe em um grupo de empresários que está construindo um resort em João Pessoa (PB). Os suspeitos já são conhecidos por terem sido presos aplicando outros tipos de golpes em estados como Pará e Bahia. 

Segundo o delegado Gleyson Mascarenhas, chefe da 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), os acusados foram descobertos por meio de uma denúncia do próprio hotel. Os homens pagaram pela suíte presidencial do estabelecimento, no valor de R$ 2 mil a diária, em dinheiro. 

“Apuramos que um dos envolvidos se apresentava para empresários como corretor de diversos segmentos, como grãos, mineradoras e gado. Neste golpe que ele pretendia aplicar com o parceiro, ele procurou por um verdadeiro corretor de Goiânia (GO) e alegou que tinha um investidor milionário que desejava aplicar o dinheiro no ramo imobiliário. Só que se tratava de um investidor falso, apelidado apenas de ‘doutor’, que era o comparsa”, explica. 

O delegado detalha que o corretor de Goiânia se mostrou interessado no falso investimento e passou a buscar empresários do ramo. “Ele apresentou fazendas e mineradoras para a dupla, mas não houve interesse por parte dos golpistas. Então, esse corretor se informou com um amigo da Paraíba que um grupo de empresários estavam construindo um resort na capital e que estavam angariando investimentos”, relata. 

“Quando os suspeitos souberam do resort em João Pessoa, eles toparam na hora. Afirmaram que tinham muito interesse na área e marcaram uma reunião com os empresários no hotel de luxo de Brasília (onde foram presos). O golpe que eles queriam aplicar era, basicamente, informar que iriam aplicar milhões na construção hoteleira, mas que precisariam de alguma garantia financeira. O objetivo era arrancar dinheiro, mas como não era possível, certamente iriam aceitar algum bem pessoal das vítimas e revender em seguida”, acrescenta Gleyson Mascarenhas. 

Para enganarem as vítimas, os suspeitos se apresentaram com ternos caros e tinham quase R$ 40 mil em uma maleta. Eles iam mostrar a quantia em dinheiro para inspirar credibilidade ao grupo de empresários e, assim, conseguirem sucesso no golpe.
 
Além desse delito, os agentes identificaram que os suspeitos usavam identidades de pessoas mortas. “No entanto, eles não explicaram como conseguiram os documentos. Portanto, as investigações do caso continuam”, finaliza o delegado.


Golpes do "dólar preto" e da "viola"

Os estelionatários já foram presos pelas polícias de outras unidades da Federação ao aplicarem diversos golpes. No município de Boa Nova (BA), os suspeitos foram presos após conseguirem R$ 1 milhão com uma vítima por meio do “golpe do dólar preto”. Nesse caso, um empresário entregou a quantia para os acusados, na intenção de que eles trocassem o dinheiro por dólares americanos. 

A dupla apresentou à vítima um pacote pesado, com uma parte visível, onde havia dólares verdadeiros. O homem acreditou que estava tudo certo com a troca, mas, ao conferir o dinheiro, percebeu que o restante se tratava apenas de papel pintado de preto. O empresário conseguiu acionar uma familiar, que informou a Polícia Rodoviária Federal do estado. Os servidores da segurança conseguiram prender os estelionatários no quilômetro 814 da BR-116.

No Pará, houve a aplicação do “golpe da viola”, que consiste em fazer a vítima acreditar que o criminoso é capaz de “clonar” dinheiro. Um dos suspeitos se apresentava como servidor da Casa da Moeda. Ele alegava que conseguia copiar qualquer quantia em dinheiro por meio de um processo químico.

Ao se reunir com uma das vítimas, um dos acusados levou maleta com diversos componentes químicos e afirmava que todo o processo para a falsa clonagem durava 20 horas. Em um segundo momento, ele entregava um valor alto em dinheiro para a vítima, para que ela testasse a “legitimidade” da clonagem. No entanto, tratava-se de notas verdadeiras, o que induzia a vítima ao erro.

Uma aplicação do “golpe da viola” rendeu R$ 350 mil. No entanto, um dos estelionatários acabou preso em Brasília, por meio de uma operação da Polícia Civil do Estado do Pará.

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