Correio Braziliense
postado em 08/05/2020 04:06
O setor produtivo está preocupado com o tom da reunião de ontem no Palácio do Buriti. Segundo o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio), Francisco Maia, que esteve presente na conversa entre o governo e a Justiça, ficou claro que a juíza Kátia Balbino, responsável pela proibição da volta de parte do comércio, pretende endurecer os critérios para a reabertura. Isso, segundo Francisco, pode custar a falência de empresas.
“O lado ruim da reunião é o fato de ela (magistrada) não ter concordado em abrir o comércio integralmente, como estava previsto no decreto. Na conversa, ela deixou claro que pretende que seja feita uma reabertura setorial, com muitas ressalvas, como, por exemplo, não deixar crianças entrarem em shoppings, estebelecer um limite de pessoas para estarem no estabelecimento. Como vamos fazer esse controle com uma loja de rua? Esses critérios vão dificultar a vida do comerciante a ponto de vários simplesmente abrirem mão de reabrir”, avaliou.
O presidente da Fecomércio também atentou para a possibilidade de o comércio não ser reaberto no próximo dia 18. Segundo ele, a juíza informou que convocará nova reunião três dias antes da data prevista para avaliar se o DF tem, de fato, condições de saúde e estrutura para a medida. “Ou seja, é possível que, daqui uma semana, ela decida que não estamos prontos e adie mais uma vez.”
Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do DF (CDL), José Carlos Magalhães Pinto, o setor produtivo tem seguido todas as normas de abertura gradual e que os recursos de muitos empresários estão no fim. “As empresas estão se sustentando com a ajuda do BRB (Banco de Brasília), que faz o possível para auxiliá-los. Mas precisamos de mais apoio, seja da Caixa, seja do Banco do Brasil”, sugeriu.
O vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista), Sebastião Abritta, destaca que a categoria perderá uma das principais datas comemorativas, o Dia das Mães, que movimenta cerca de R$ 400 milhões na economia do DF. “O setor estava preocupado. Agora, a preocupação aumentou ainda mais. A cada semana, estão empurrando mais o decreto. Cada semana representa mais desemprego. Isso está acabando com a esperança dos empresários”, lamentou.
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