Cidades

Crescem mortes em residências

Levantamento da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) mostra que óbitos em casa no Distrito Federal aumentaram 20% durante a pandemia do novo coronavírus. No Complexo Penitenciário da Papuda, confirmações da doença chegam a 359

Correio Braziliense
postado em 08/05/2020 04:06
Levantamento da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) mostra que óbitos em casa no Distrito Federal aumentaram 20% durante a pandemia do novo coronavírus. No Complexo Penitenciário da Papuda, confirmações da doença chegam a 359
O Distrito Federal registrou aumento de 20,6% no número de pessoas que morreram em casa entre 1° de março e 30 de abril, segundo a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil). O crescimento ocorre durante a escalada de casos de coronavírus no país, muitos deles não diagnosticados. Ontem, o DF chegou ao total de 2.262 infectados e 35 mortes.

O levantamento da Arpen-Brasil aponta 321 óbitos em residências entre março e abril de 2020, contra 266 no mesmo período do ano passado. “Chamam a atenção os dados das mortes ocorridas em âmbito não hospitalar, desde os que falecem sem saber que têm covid-19 até os que têm alguma comorbidade, mas que, por causa da pandemia, ficam com medo de se deslocarem até os hospitais”, explica o secretário-geral da entidade, Gustavo Renato Fiscarelli.

No detalhamento por unidade federativa, o Distrito Federal aparece em terceiro lugar no ranking de mortes em domicílio. O Amazonas registra o cenário mais preocupante: entre 16 de março e 30 de abril, o estado teve aumento de 149% em relação ao mesmo período de 2019. Em seguida, aparece o Rio de Janeiro, onde os óbitos em casa avançaram 40,1%.

Casos locais


Com mais de 2,2 mil pessoas infectadas pelo novo coronavírus, o Distrito Federal registrou apenas ontem 184 diagnósticos da doença. A vítima mais recente é um homem de 68 anos, morador do Riacho Fundo 1. Ele estava internado desde 22 de abril na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Samambaia e tinha câncer. O número de hospitalizados em enfermarias também aumentou de quarta-feira para ontem: de 75 para 82. Oitenta pacientes estão em UTIs.

O sistema prisional aparece no ranking com o maior número de casos da covid-19 na capital. No total, são 359 contaminados nas unidades prisionais. Desses, 258 são presidiários e 101, policiais penais. Plano Piloto tem 305 confirmações. E Águas Claras, 198. A Secretaria de Segurança Pública informou que há 107 curados. Até o momento, a Secretaria de Saúde aplicou mais de 2 mil testes em internos e em servidores.



Pacientes transferidos


Pelo menos dois pacientes diagnosticados com a covid-19 foram transferidos ontem do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) para unidades de terapia intensiva (UTIs) particulares conveniadas com a Secretaria de Saúde. Ambos os pacientes seguiram para unidades de saúde no Cruzeiro e em Santa Maria. Em nota, a Secretaria de Saúde explicou que as transferências seguem os fluxos definidos pelo Comitê Covid e visam distribuir entre os hospitais as demandas e evitar a sobrecarga. Os 10 leitos de UTI do Hran, referência no combate à doença, ficaram ocupados no fim de semana e, na segunda-feira, o governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou a criação de mais 10 de terapia intensiva no hospital, dobrando a capacidade de atendimento. A Secretaria de Saúde informou que, no total, 172 leitos de UTI estão disponíveis para pacientes com a covid-19. Desses, 41 estão ocupados. Há outros 250 leitos (100 ocupados) de retaguarda. (Thais Umbelino)

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