Correio Braziliense
postado em 10/05/2020 04:18
Distritais destinam R$ 14,2 milhões em emendas contra a pandemia
Em meio às ações para combater a covid-19, deputados mudaram a destinação de R$ 14,2 milhões em emendas para disponibilizar recursos ao controle da doença no Distrito Federal. O levantamento, feito com base nos dados do Sistema de Controle de Emendas Parlamentares (Sisconep), leva em conta emendas cujos títulos dos projetos especificam o uso contra a pandemia. Alterações no orçamento também foram feitas pelo Executivo local, que remanejou R$ 522 milhões para ações para o enfrentamento do coronavírus.
Pedidos de adiamento
Diversos parlamentares do Distrito Federal promovem ações que pedem o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio deste ano por causa da pandemia do novo coronavírus. No Senado, Izalci Lucas (PSDB-DF) defende que as provas, na data prevista pelo Ministério da Educação (MEC), sejam suspensas. Na Câmara dos Deputados, Israel Batista (PV-DF) apresentou projeto de decreto com fim semelhante.
Já o deputado distrital Leandro Grass (Rede) recorreu ao Ministério Público.
“Vida e empregos”
Por SMS, a Defesa Civil Nacional está enviando alertas para a população sobre o coronavírus. O texto pede para lavar bem as mãos e evitar aglomerações, além de destacar que o combate à covid-19 depende de todos. A mensagem é finalizada com um bordão que deixa claro a postura do Executivo na pandemia: “Governo Federal: Trabalhando para preservar a VIDA e EMPREGOS!”.
Túnel de ozônio
A Câmara Legislativa deverá ter um túnel de ozônio para receber servidores e visitantes quando os trabalhos voltarem a ser presenciais. O equipamento é capaz de matar vírus e bactérias e pode ser usado contra a covid-19. A ideia inicial era que todas as entradas da casa tivessem o sistema, mas, inicialmente, o túnel será instalado somente no acesso principal. A Casa também passará por sanitização
nesta semana.
Só papos
Painel
Em mais um capítulo da disputa judicial envolvendo o painel publicitário instalado no Setor Comercial Sul, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) marcou para 3 de junho julgamento de ação sobre o tema. O equipamento, instalado em uma região em que a legislação urbanística da capital federal veda qualquer tipo de propaganda, chegou a ser retirado pela extinta Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) em 2018, mas voltou a funcionar após decisão monocrática em 2019. O equipamento pertence à empresa Metrópoles Mídia e Comunicação, do senador cassado Luiz Estevão.
Só papos
“O pessoal que está sob análise... É uma minoria barulhenta. Uns realmente têm razão, outros se equivocaram e outros realmente não têm direito.”
Jair Bolsonaro,
presidente da República
“Bolsonaro chamou os milhões de brasileiros que esperam há um mês pelo pagamento do auxílio emergencial de ‘minoria barulhenta’. É um desrespeito sem limite com os que mais precisam.”
Guilherme Boulos,
candidato à presidência da República pelo PSol em 2018.
À QUEIMA-ROUPA
Mandou bem
O setor de comércio e de serviços que se desdobrou para oferecer opções para a comemoração do Dia das Mães mesmo com o distanciamento social. Chefs e lojas da cidades reforçaram o sistema de delivery para atender à demanda da data.
Mandou mal
A secretária especial de Cultura, Regina Duarte, que minimizou, em entrevista trágica à CNN Brasil, mortes, torturas e a censura durante o período da ditadura militar no Brasil. A atriz também falhou ao não manifestar publicamente luto pela morte de grandes nomes da cultura nacional nos últimos dias.
Siga o dinheiro
R$ 27,1 milhões
Investimento do GDF para manutenção do sistema de iluminação pública de janeiro a março de 2020
A pergunta que não quer calar….
Que custo terá o desrespeito de parte da população às medidas de distanciamento social? O Brasil passou de 10 mil mortes e ainda há quem tente minimizar o problema.
À QUEIMA-ROUPA
Clayton Germano
Promotor de Defesa da Saúde (Prosus)
Qual o papel do MP e da Promotoria de Saúde na pandemia?
Quais têm sido as principais ações nesse momento?
Quais têm sido as principais ações nesse momento?
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos direitos fundamentais e interesses sociais, entre eles o direito à vida e o direito à saúde. Nesse sentido, o papel do MPDFT nesta pandemia é garantir que os direitos à vida e à saúde, de toda a sociedade, sejam respeitados pelos Poderes Públicos. Como é de conhecimento de todos, o MPDFT constituiu uma Força-Tarefa, composta pela Procuradoria Distrital dos Direitos do Cidadão (PDDC), pelas Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus) e outras, as quais estão trabalhando, incansavelmente, com a expedição de recomendação, ajuizamento de ações, inspeções, requisições, sempre no sentido fiscalizar e controlar as ações do GDF.
Pelo contexto, há uma série de medidas feitas de maneira urgente, como contratos emergenciais e com dispensa de licitação. É preciso ainda mais rigor para fiscalizar?
Cabe ao MPDFT a defesa da ordem jurídica, notadamente a defesa dos princípios da legalidade, da igualdade e da impessoalidade, entre outros. Durante essa pandemia, o MPDFT intensificou sua fiscalização e está acompanhando as contratações e ações da rede de saúde, para que os recursos públicos sejam corretamente utilizados. Os contratos mais vultosos estão sendo observados com mais cuidado.
Como o senhor avalia a possibilidade de flexibilização
do isolamento, com abertura gradual do comércio,
por exemplo? Já é o momento de se pensar nisso?
A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. É dever do Estado garantir a saúde por meio da formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. Nesse momento de pandemia, o isolamento social e outras medidas de distanciamento entre as pessoas são as medidas preconizadas pelo Estado para diminuir a propagação do novo coronavírus. A flexibilização gradual dessas medidas é a melhor forma de lidar com a volta das atividades, porque nos permitirá checar os dados de avanço (ou recuo) da doença, dia a dia, e, se necessário, voltar ao isolamento social mais rígido. É preciso que a população compreenda que pode haver avanços e recuos, se necessário, para que a rede pública possa atender a todos que precisarem de atendimento médico.
Pela situação que enfrentamos até agora, como o senhor
avalia as condições do sistema de saúde do DF para
atender aos pacientes com coronavírus?
avalia as condições do sistema de saúde do DF para
atender aos pacientes com coronavírus?
O Sistema Único de Saúde está cumprindo um papel relevante e indispensável, salvando inúmeras vidas na pandemia do novo coronavírus. Todos os profissionais da rede pública de saúde do DF e do Brasil merecem nosso elogio, reconhecimento e agradecimentos pelos serviços prestados na linha de frente de combate e tratamento da covid-19. Até agora, o sistema de saúde do DF conseguiu dar assistência aos pacientes, mas é importante que se diga: o novo coronavírus tem uma capacidade de propagação muito rápida, podendo levar a rede pública a ter problemas no futuro. Por isso, é fundamental que a flexibilização do isolamento social seja feita de forma gradual, porque nos permitirá checar os dados de avanço (ou recuo) da doença e, se necessário, voltar ao isolamento social mais rígido.
O senhor abriu um inquérito civil para investigar o acúmulo e cargos
do secretário de Saúde, que também é presidente — licenciado —
do Iges-DF. Por que essa situação é indevida?
do secretário de Saúde, que também é presidente — licenciado —
do Iges-DF. Por que essa situação é indevida?
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios tem atribuição constitucional para investigar e promover a ação penal e a ação de improbidade administrativa, respectivamente, nos casos de prática de crimes ou de violação aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência, dentre outros. A Secretaria de Saúde celebrou contrato de gestão e repassou recursos públicos ao Iges-DF. O ano de 2020, o instituto receberá quase R$ 1 bilhão. Cabe à Secretaria de Saúde supervisionar, fiscalizar e aprovar as contas do presidente do Instituto de Gestão Estratégica do Distrito Federal, motivo pelo qual há conflito de interesses, quando a mesma pessoa ocupa os cargos de Secretário de Estado e presidente do Iges-DF simultaneamente. Há violação aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, eficiência, dentre outros, quando a mesma pessoa é fiscal e fiscalizado, sobretudo na utilização de recursos públicos, como ocorre atualmente no DF, em que a pessoa de Francisco Araújo Filho está exercendo o cargo de secretário de Saúde e presidente do Iges-DF ao mesmo tempo.
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