Cidades

Dia das Mães da janela: palmas e comoção não faltaram para comemorar data

Sem sair de casa por causa da pandemia, muita gente viu da varanda apresentações musicais realizadas para celebrar a data. Shows emocionaram moradores de cidades como Plano Piloto, Sudoeste e Guará

Correio Braziliense
postado em 11/05/2020 06:00
Denise (à esquerda, de máscara quadriculada) e a família, após homenagem à mãe, no Guará 2O Dia das Mães ganhou um ar inusitado este ano. Em muitos casos, sequer sobrou espaço para afagos ou beijos nas homenageadas — como se o período não fosse difícil o bastante. Porém, no momento em que se isolar virou sinônimo de segurança e de preocupação com o próximo, inovar nas comemorações foi a saída que restou. Mesmo a distância, pelas janelas, pelos carros e nas telas digitais, os brasilienses não deixaram a data passar batida.

Diversos moradores das asas Norte e Sul, bem como do Guará e do Sudoeste, registraram apresentações musicais e declarações que entoaram pelas quadras. Na 304 Norte, a cantora Célia Rabelo e o violonista Simão Santos apresentaram cinco canções, enquanto pessoas assistiam das calçadas e das varandas. A ação homenageou Tania Maria de Paula, 75 anos, que, após mais de um mês hospitalizada, recebeu alta para se recuperar em casa. O momento teve dedicatórias a outras mães também.

Filho de Tânia, o engenheiro civil André de Paula Lyra, 52, contou que a ideia partiu da família. Além de Tania Maria, outras mães da quadra se comoveram com a ação. “Minha mãe ficou 35 dias internada, sendo 25 na UTI (unidade de terapia intensiva). A recuperação dela foi um milagre. Foi tudo muito repentino e um momento muito difícil. Tivemos essa ideia para dar uma levantada no astral e mostrar todo o amor que nós, filhos e netos, sentimos por ela”, relatou André.

Isolamento

Palmas e comoção não faltaram na 716 Norte. Pela manhã, um saxofonista percorreu a quadra e emocionou dezenas de famílias que acompanhavam pela janela. Em seguida, ele seguiu para outras quadras, passando pelo comércio da região. “Muitas pessoas se emocionaram. Não tinha ninguém na rua. Foi bem legal. Não nos encontramos em festas, mas foi bonito. Sou mãe, avó e sei que foi bem emocionante. E houve várias mensagens positivas, o que nos deixa ainda mais alegres, porque proporcionamos às pessoas esse momento de felicidade”, contou a prefeita da quadra, Emilia Fernandes Ferreira, 76.

Com a mãe e o pai idosos isolados em um apartamento do Guará 2, a servidora pública Denise Nóbrega, 54, organizou uma homenagem especial. Irmãos, netos e genros reuniram-se em frente ao edifício para apresentar uma versão gravada por eles da música Como é grande o meu amor por você, de Roberto Carlos. Mesmo rápida, a iniciativa chamou a atenção de outras mães, que se aproximaram das janelas para assistir.

“Minha mãe ficou muito emocionada, chorou, adorou. Foi a forma que encontramos para nos fazermos presentes do jeito que é possível”, disse Denise. “Temos de usar da criatividade para tentar compensar a falta da presença física, do abraço, da pessoa ao lado. Ainda mais em uma data como esta”, completou a moradora do Sudoeste. 

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