Correio Braziliense
postado em 14/05/2020 20:47
O mês de maio começou com uma boas notícias no Zoológico de Brasília. Nasceu, no dia 6, o filhote de sauim-de-coleira (Saguinus bicolor), fruto da segunda reprodução em cativeiro da espécie assistida pela Fundação Jardim Zoológico de Brasília (FJZB). O primata, nativo do Amazonas, é considerado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) como criticamente em perigo de extinção.
O sexo do filhote ainda é desconhecido. Por conta da fragilidade do recém-nascido e pensando na preservação da espécie, os técnicos da fundação ainda não realizaram qualquer tipo de manejo e o deixaram aos cuidados exclusivos dos pais. A previsão é de que, quando completar três meses, o bebê sauim-de-coleira ganhe alguma independência e, assim, os biólogos do zoo possam examiná-lo e determinar se é macho ou fêmea.
O Zoológico de Brasília vai promover uma campanha por meio do perfil no Instagram para que os seguidores escolham o nome do primata. As opções serão Tucumã e Jambu, uma fruta e uma planta típicas da região Norte, conterrâneas do sauim-de-coleira – o primata é uma espécie endêmica do Amazonas e vive em uma região geográfica restrita a Manaus e aos municípios da região metropolitana Rio Preto da Eva e Itacoatiara.
Todos os zoológicos do Brasil que possuem indivíduos do sauim-de-coleira fazem parte do Programa Nacional de Conservação das Espécies Ameaçadas de Extinção, o Pró-Espécies, que abrange ICMBio, Ministério do Meio Ambiente e Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil.
Segunda geração
Ao lado do pai, Tucupi, e da mãe, Amarantos, o filhote é o quinto membro do plantel da espécie que o Zoológico de Brasília cuida, e tem um casal de irmãos: Caruru e Maniçoba. Os dois nasceram na primeira reprodução em cativeiro entre Tucupi e Tacacá, sua primeira parceira. É comum na espécie a gestação de gêmeos. Foi o caso de Amarantos, mas o outro filhote era natimorto.
Para receber o animal acostumado a clima bem mais úmido o zoo se preparou: montou um recinto especial para eles, com adequação de umidade e temperatura, paredes de vidro e água corrente.
O Saguinus bicolor tem esse nome por conta da pelagem, com o tronco apresentando pêlos claros e o restante do corpo de cor escura. Quando adultos, podem pesar entre 450g e 600g. São animais gregários, que vivem em grupos que podem ter de 7 a 15 membros. Na natureza, a expectativa de vida do sauim-de-coleira varia entre 10 e 12 anos de idade e, em cativeiro, pode chegar a até 20 anos.
A estimativa é de que existam cerca de 46 mil primatas da espécie vivendo em natureza atualmente. A classificação da espécie como criticamente em perigo de extinção veio por meio de uma estatística alarmante: de acordo com o ICMBio, estima-se que pelo menos 80% da população do sauim-de-coleira poderia ser reduzida ao longo de três gerações.
Com informações da Agência Brasília
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